sexta-feira, 30 de março de 2012

O orgulho e a humildade (O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 7, #11)





O orgulho e a humildade


(O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 7, #11)



INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS


O orgulho e a humildade






11. Que a paz do Senhor seja convosco, meus queridos amigos! Aqui venho para encorajar-vos a seguir o bom caminho.

Aos pobres Espíritos que habitaram outrora a Terra, conferiu Deus a missão de vos esclarecer. Bendito seja Ele, pela graça que nos concede: a de podermos auxiliar o vosso aperfeiçoamento. Que o Espírito Santo me ilumine e ajude a tomar compreensível a minha palavra, outorgando-me o favor de pô-la ao alcance de todos! Oh! vós, encarnados, que vos achais em prova e buscais a luz, que a vontade de Deus venha em meu auxílio para fazê-la brilhar aos vossos olhos!

A humildade é virtude muito esquecida entre vós. Bem pouco seguidos são os exemplos que dela se vos têm dado. Entretanto, sem humildade, podeis ser caridosos com o vosso próximo? Oh! não, pois que este sentimento nivela os homens, dizendo-lhes que todos são irmãos, que se devem auxiliar mutuamente, e os induz ao bem. Sem a humildade, apenas vos adornais de virtudes que não possuís, como se trouxésseis um vestuário para ocultar as deformidades do vosso corpo. Lembrai-vos dAquele que nos salvou; lembrai-vos da sua humildade, que tão grande o fez, colocando-o acima de todos os profetas.

O orgulho é o terrível adversário da humildade. Se o Cristo prometia o reino dos céus aos mais pobres, é porque os grandes da Terra imaginam que os títulos e as riquezas são recompensas deferidas aos seus méritos e se consideram de essência mais pura do que a do pobre. Julgam que os títulos e as riquezas lhes são deferidas; pelo que, quando Deus lhos retira, o acusam de injustiça. Oh! irrisão e cegueira! Pois, então, Deus vos distingue pelos corpos? O envoltório do pobre não é o mesmo que o do rico? Terá o Criador feito duas espécies de homens? Tudo o que Deus faz é grande e sábio; não lhe atribuais nunca as idéias que os vossos cérebros orgulhosos engendram.

Ó rico! Enquanto dormes sob dourados tetos, ao abrigo do frio, ignoras que jazem sobre a palha milhares de irmãos teus, que valem tanto quanto tu? Não é teu igual o infeliz que passa fome? Ao ouvires isso, bem o sei, revolta-se o teu orgulho. Concordarás em dar-lhe uma esmola, mas em lhe apertar fraternalmente a mão, nunca. "Pois quê! dirás, eu, de sangue nobre, grande da Terra, igual a este miserável coberto de andrajos! Vã utopia de pseudofilósofos! Se fôssemos iguais, por que o teria Deus colocado tão baixo e a mim tão alto?" E exato que as vossas vestes não se assemelham; mas, despi-vos ambos: que diferença haverá entre vós? A nobreza do sangue, dirás; a química, porém, ainda nenhuma diferença descobriu entre o sangue de um grão-senhor e o de um plebeu; entre o do senhor e o do escravo. Quem te garante que também tu já não tenhas sido miserável e desgraçado como ele? Que também não hajas pedido esmola? Que não a pedirás um dia a esse mesmo a quem hoje desprezas? São eternas as riquezas? Não desaparecem quando se extingue o corpo, envoltório perecível do teu Espírito? Ah! lança sobre ti um pouco de humildade! Põe os olhos, afinal, na realidade das coisas deste mundo, sobre o que dá lugar ao engrandecimento e ao rebaixamento no outro; lembra-te de que a morte não te poupará, como a nenhum homem; que os teus títulos não te preservarão do seu golpe; que ela te poderá ferir amanhã, hoje, a qualquer hora. Se te enterras no teu orgulho, oh! quanto então te lamento, pois bem digno de compaixão serás.

Orgulhosos! Que éreis antes de serdes nobres e poderosos? Talvez estivésseis abaixo do último dos vossos criados. Curvai, portanto, as vossas frontes altaneiras, que Deus pode fazer se abaixem, justo no momento em que mais as elevardes. Na balança divina, são iguais todos os homens; só as virtudes os distinguem aos olhos de Deus. São da mesma essência todos os Espíritos e formados de igual massa todos os corpos. Em nada os modificam os vossos títulos e os vossos nomes. Eles permanecerão no túmulo e de modo nenhum contribuirão para que gozeis da ventura dos eleitos. Estes, na caridade e na humildade é que tem seus títulos de nobreza.

Pobre criatura! és mãe, teus filhos sofrem; sentem frio; tem fome, e tu vais, curvada ao peso da tua cruz, humilhar-te, para lhes conseguires um pedaço de pão! Oh! inclino-me diante de ti. Quão nobremente santa és e quão grande aos meus olhos! Espera e ora; a felicidade ainda não é deste mundo. Aos pobres oprimidos que nele confiam, concede Deus o reino dos céus.

E tu, donzela, pobre criança lançada ao trabalho, às privações, por que esses tristes pensamentos? Por que choras? Dirige a Deus, piedoso e sereno, o teu olhar: ele dá alimento aos passarinhos; tem-lhe confiança: ele não te abandonará. O ruído das festas, dos prazeres do mundo, faz bater-te o coração; também desejaras adornar de flores os teus cabelos e misturar-te com os venturosos da Terra. Dizes de ti para contigo que, como essas mulheres que vês passar, despreocupadas e risonhas, também poderias ser rica. Oh! caia-te, criança! Se soubesses quantas lágrimas e dores inomináveis se ocultam sob esses vestidos recamados, quantos soluços são abafados pelos sons dessa orquestra rumorosa, preferirias o teu humilde retiro e a tua pobreza. Conserva-te pura aos olhos de Deus, se não queres que o teu anjo guardião para o seu seio volte, cobrindo o semblante com as suas brancas asas e deixando-te com os teus remorsos, sem guia, sem amparo, neste mundo, onde ficarias perdida, a aguardar a punição no outro.

Todos vós que dos homens sofreis injustiças, sede indulgentes para as faltas dos vossos irmãos, ponderando que também vós não vos achais isentos de culpas; é isso caridade, mas é igualmente humildade. Se sofreis pelas calúnias, abaixai a cabeça sob essa prova. Que vos importam as calúnias do mundo? Se é puro o vosso proceder, não pode Deus vo-las compensar? Suportar com coragem as humilhações dos homens é ser humilde e reconhecer que somente Deus é grande e poderoso.

Oh! meu Deus, será preciso que o Cristo volte segunda vez à Terra para ensinar aos homens as tuas leis, que eles olvidam? Terá que de novo expulsar do templo os vendedores que conspurcam a tua casa, casa que é unicamente de oração? E, quem sabe? ó homens! se o não renegaríeis como outrora, caso Deus vos concedesse essa graça! Chamar-lhe-íeis blasfemador, porque abateria o orgulho dos modernos fariseus. E bem possível que o fizésseis perlustrar novamente o caminho do Gólgota.

Quando Moisés subiu ao monte Sinai para receber os mandamentos de Deus, o povo de Israel, entregue a si mesmo, abandonou o Deus verdadeiro. Homens e mulheres deram o ouro e as jóias que possuíam, para que se construísse um ídolo que entraram a adorar. Vós outros, homens civilizados, os imitais. O Cristo vos legou a sua doutrina; deu-vos o exemplo de todas as virtudes e tudo abandonastes, exemplos e preceitos. Concorrendo para isso com as vossas paixões, fizestes um Deus a vosso jeito: segundo uns, terrível e sanguinário; segundo outros, alheado dos interesses do mundo. O Deus que fabricastes é ainda o bezerro de ouro que cada um adapta aos seus gostos e às suas idéias.

Despertai, meus irmãos, meus amigos. Que a voz dos Espíritos ecoe nos vossos corações. Sede generosos e caridosos, sem ostentação, isto é, fazei o bem com humildade. Que cada um proceda pouco a pouco à demolição dos altares que todos ergueram ao orgulho. Numa palavra: sede verdadeiros cristãos e tereis o reino da verdade. Não continueis a duvidar da bondade de Deus, quando dela vos dá ele tantas provas. Vimos preparar os caminhos para que as profecias se cumpram. Quando o Senhor vos der uma manifestação mais retumbante da sua demência, que o enviado celeste já vos encontre formando uma grande família; que os vossos corações, mansos e humildes, sejam dignos de ouvir a palavra divina que ele vos vem trazer; que ao eleito somente se deparem em seu caminho as palmas que aí tenhais deposto, volvendo ao bem, à caridade, à fraternidade. Então, o vosso mundo se tornará o paraíso terrestre. Mas, se permanecerdes insensíveis à voz dos Espíritos enviados para depurar e renovar a vossa sociedade civilizada, rica de ciências, mas, no entanto, tão pobre de bons sentimentos, ah! então não nos restará senão chorar e gemer pela vossa sorte. Mas, não, assim não será. Voltai para Deus, vosso pai, e todos nós que houvermos contribuído para o cumprimento da sua vontade entoaremos o cântico de ação de graças, agradecendo-lhe a inesgotável bondade e glorificando-o por todos os séculos dos séculos. Assim seja. Lacordaire. (Constantina, 1863.)




Fonte do Texto: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 7, #11 (Allan Kardec)

sexta-feira, 23 de março de 2012

Uma carta de George Carlin






Uma de carta de George Carlin


O paradoxo do nosso tempo é termos edifícios mais altos e temperamentos mais reduzidos, estradas mais largas e pontos de vistas mais estreitos.

Gastamos mais, mas temos menos, Compramos mais, mas desfrutamos menos. Temos casas maiores e famílias menores, mais conforto e menos tempo. Temos mais graduações acadêmicas, mas menos sentimentos comuns, maior conhecimento, mas menor capacidade de julgamento, mais peritos, mas mais problemas, melhor medicina, mas menor bem-estar.

Bebemos demasiado, fumamos demasiado, desperdiçamos demasiado, rimos muito pouco, movemo-nos muito rápido, nos irritamos demasiado, mantemo-nos muito tempo acordados, amanhecemos cansados.

Lemos muito pouco, vemos televisão demais e rezamos raramente. Multiplicamos o nosso patrimônio, mas reduzimos os nossos valores, Falamos demasiado, amamos demasiado pouco e odiamos muito frequentemente.

Aprendemos a ganhar a vida, mas não a vivê-la. Adicionamos anos às nossas vidas, não vida aos nossos anos. Conseguimos ir à lua e voltar, mas temos dificuldade em cruzar a rua para conhecer um novo vizinho. Conquistamos o espaço exterior, mas não o interior.

Temos feito grandes coisas, mas nem por isso melhores. Limpamos o ar, mas contaminamos a nossa alma. Conquistamos o átomo, mas não os nossos preconceitos. Escrevemos mais, mas aprendemos menos.Planejamos mais, mas desfrutamos menos.

Aprendemos a apressar-nos, mas não a esperar. Produzimos computadores que podem processar maior informação e difundi-la, mas nos comunicamos cada vez menos e menos.

Estamos no tempo das comidas rápidas e digestões lentas, de homens de grande estatura e de pequeno caráter, de enormes ganhos econômicos e relações humanas superficiais.

Hoje em dia há casas mais luxuosas, porém mais lares desfeitos. São tempo de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moral descartável, encontros de uma noite, corpos obesos e pílulas que fazem de tudo, desde alegrar e acalmar, até matar.

São tempos em que há muito na mostra e muito pouco no armazém. Tempos em que a tecnologia pode fazer-te chegar esta mensagem, e em que tu podes optar por partilhar estas reflexões ou simplesmente excluí-las.

Lembra-te de passar algum tempo com os teus entes queridos, porque eles não estarão aqui para sempre. Lembra-te de ser amável com quem agora te admira, porque essa pessoa crescerá muito rapidamente e se afastará de ti.

Lembra-te de abraçar quem está perto de ti, porque esse é o único tesouro que podes dar com o coração, sem que te custe nem um centavo.

Lembra-te de dizer “Te Amo” ao teu companheiro e aos teus seres queridos, mas sobretudo, di-lo com sinceridade.

Um beijo e um abraço podem curar uma ferida, quando se dão com toda a alma. Dedica tempo para amar e para conversar, e partilha as tuas idéias mais apreciadas. E nunca esqueças:

“A vida não se mede pelo número de vezes que respiramos, mas pelos extraordinários e importantes momentos que vivemos em plenitude."

Cadela morre e Menina de quatro anos escreve para Deus...



Cadela morre e Menina de quatro anos escreve para Deus...


Não se sabe quem respondeu,
mas existe uma belíssima alma
trabalhando no arquivo morto dos correios americanos.
Tenho certeza de que não foi dos correios daqui de Crossville.

Abbey, nossa cadelinha de 14 anos morreu no mês passado.
No dia seguinte a seu falecimento,
minha filha de 4 anos, Meredith,
chorava e comentava sobre
a saudade que sentia de Abbey.
Ela perguntou se poderia escrever
uma carta para Deus para que,
assim que Abbey chegasse ao céu,
Deus a reconhecesse.
Eu concordei, e ela ditou as seguintes palavras:

Querido Deus.
O Senhor poderia tomar conta da minha cadela?
Ela morreu ontem e está ai no céu com o Senhor.
Estou com muitas saudades dela.

Fico feliz porque o Senhor deixou ela comigo
mesmo que ela tenha ficado doente.
Espero que o Senhor brinque com ela.
Ela gosta de nadar e de jogar bola.
Estou mandando uma foto dela
para que assim que a veja,
o Senhor saberá logo que é a minha cadela.
Eu sinto muita saudade dela.
Meredith

Pusemos num envelope a carta com uma foto de Abbey com Meredith
e a endereçamos: Deus - Endereço: Céu.
Também pusemos nosso endereço como remetente.
Então Meredith colou um monte de selos na frente do envelope,
pois ela disse que precisaria de muitos selos para a carta chegar até o céu.
Naquela tarde ela colocou a carta numa caixa do correio.
Dias depois ela perguntou se Deus já tinha recebido a carta.
Respondi que achava que sim.

Ontem havia um pacote embalado num papel dourado
na varanda de nossa casa, endereçado a Meredith
numa caligrafia desconhecida.
Dentro havia um livro escrito por Mr. Rogers, intitulado
"Quando um animal de estimação morre".
Colada na capa interna do livro estava a carta de Meredith.
Na outra página, estava a foto das duas com o seguinte bilhete:

Querida Meredith,
A Abbey chegou bem ao céu.
A foto ajudou muito e eu a reconheci imediatamente.
Abbey não está mais doente.
O espírito dela está aqui comigo assim como está no seu coração.
Ela adorou ter sido seu animal de estimação.
Como não precisamos de nossos corpos no céu,
não tenho bolso para guardar a sua foto.
Assim, a estou devolvendo dentro do livro para
você guardar como uma lembrança da Abbey.
Obrigado por sua linda carta e agradeça a sua mãe
por tê-la ajudado a escrevê-la e a enviá-la pra mim.
Que mãe maravilhosa você tem!!
Eu a escolhi especialmente pra você.
Eu envio minhas bençãos todos os dias
e lembro que amo muito vocês.

A propósito, sou fácil de encontrar:
estou em todos os lugares onde exista amor.
Com amor
Deus

#autor desconhecido
(kylvia)

Cão na Lixeira? - Campanha de Conscientização





terça-feira, 20 de março de 2012

Lembrei de você



Algumas pessoas neste mundo te amam tanto que poderiam morrer por você.
Outras te amam, de alguma forma.
A única razão que faria alguém te odiar seria a vontade de ser como você.
Um sorriso seu pode trazer felicidade a alguém, até mesmo se essa pessoa não gosta de você.
Todas as noites, alguém pensa em você antes de dormir.
Você é o mundo de alguém.
Sem você, alguém pode não conseguir sobreviver.
Você é especial e único(a), de alguma forma.
Alguém, cuja existência você desconhece, te ama.
Mesmo quando você faz a maior burrice de sua vida, algo bom acontece.
Quando pensa que o mundo virou as costas para você, pense bem. Você pode ter virado as costas ao mundo.
Quando acha que não tem a menor chance de conseguir algo, provavelmente não conseguirá. Mas, se acreditar em si mesmo(a), cedo ou tarde conseguirá.
Lembre-se dos elogios feitos a você, nunca das palavras rudes.
Diga às pessoas o que você pensa sobre elas. Você se sentirá muito melhor.
Se tem um grande amigo, faça com que ele saiba disso.

(Autor Desconhecido)

sábado, 17 de março de 2012

Na Luta Vulgar (Emmanuel | Chico Xavier)



Na Luta Vulgar


Não é preciso morrer na carne para conhecer a lei das compensações.
Reparemos a luta vulgar.

O homem que vive na indiferença pelas dores do próximo, recebe dos semelhantes a indiferença pelas dores que lhe são próprias.

Afastemo-nos do convívio social e a solidão deprimente será para nós a resposta do mundo.

Se usamos a severidade para com os outros, seremos julgados pelos outros com rigor e aspereza.

Se praticamos em sociedade ou em família a hostilidade e a aversão, entre parentes e vizinhos encontraremos a antipatia e a desconfiança.

Se insultamos nossa tarefa com a preguiça, nossa tarefa relegar-nos-á à inaptidão.

Um gesto de carinho para com o desconhecido na via pública granjear-nos-á o concurso fraterno dos grupos anônimos que nos cercam.

Pequeninas sementeiras de bondade geram abençoadas fontes de alegria.

O trabalho bem vivido produz o tesouro da competência.

Atitudes de compreensão e gentileza estabelecem solidariedade e respeito, junto a nós.

Otimismo e esperança, nobreza de caráter e puras intenções atraem preciosas oportunidades de serviço, em nosso favor.

Todo dia é tempo de semear.

Todo dia é tempo de colher.

Não é preciso atravessar a sombra do túmulo para encontrar a justiça, face a face. Nos princípios de causa e efeito, achamo-nos incessantemente sob a orientação dela, em todos os instantes de nossa vida.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Fonte Viva.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
21a edição. Lição 160. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1997.

terça-feira, 13 de março de 2012

Os Minutos de Deus... (Chico Xavier | Emmanuel)



Os Minutos de Deus...


Se é imperioso reconhecer a nossa obrigação de dar a César o que é de César, somos constrangidos a observar que a experiência material reclama excessivamente da criatura.

O homem, quando integrado em suas funções habituais, é convidado a obrigações mil cada dia.
Preocupações, ansiedades, exigências e ilusões obscurecem a visão da alma encarnada que, pouco a pouco, quase sempre, desce devagar ao abismo largo da tristeza e do desencanto, quando não dispõe dos recursos da fé.

Isso, contudo, acontece vulgarmente, porque raros são os homens que se lembram dos minutos de Deus, no círculo das horas.

Não nos esqueçamos de que o poder humano, seja qual for a sua origem, procede do Eterno Pai, e, se é justo pagar os tributos que nos competem na esfera densa, quando nos envolvemos nos fluidos carnais, ninguém está impedido de libertar-se, em espírito, a fim de procurar o Senhor e fruir-lhe a bondade infinita.

Inicia a tua obra de auto-libertação, concedendo alguns instantes ao Criador em suas criaturas e em suas edificações, cada dia, distribuindo algo de ti mesmo em amor, em generosidade, em paz, cooperação, bom ânimo e alegria e observarás que o espaço e o tempo do Senhor, em tua vida, crescerão gradativamente, exonerando-te de pesados impostos para com a experiência comum. Entrega a César o que a ele pertence, mas não olvides as obrigações que nos ligam ao alto, porque, assim, nos adiantaremos para as Celestes Moradias, confiando os nossos melhores sentimentos ao culto da fraternidade, com trabalho espontâneo a benefício dos nossos semelhantes, em toda parte.

Ninguém permanece inibido de cultivar a verdadeira felicidade, que somente floresce e frutifica no santuário do coração. Consagramos pois,a Deus,os minutos de bondade e harmonia que devemos improvisar em Seu Nome, em favor da comunidade, dentro da qual evoluímos na luta cotidiana, e o Senhor, em sua magnanimidade imensurável, nos entregará a Eternidade com libertação imperecível.


Chico Xavier | Emmanuel

sexta-feira, 9 de março de 2012

Revista Reformador (FEB - Federação Espírita Brasileira)



Reformador agora em tablets!


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quinta-feira, 8 de março de 2012

Foi Deus



Quando você sente o desejo de ser amável com alguem de que goste...
- Foi Deus que te falou e te enviou muito carinho.

Se sentiu a tristeza e a solidão de alguem próximo de você...
- Foi Deus que te escolheu para amenizar a dor desse alguém.

Se pensar em alguém muito querido que não vê há muito tempo e de repente, essa pessoa aparece...
- Foi Deus, porque o acaso não existe.

Se alguma vez recebeu alguma coisa maravilhosa que não havia pedido...
- Foi Deus que conhece bem seus segredos e sabe o que vai em seu coração.

Se alguma vez se encontrou em uma situação dificil, e sem ter idéia de como resolvê-la, e subitamente a solução aparece...
- Foi Deus que incessantemente toma nossos problemas em suas mãos e nos ajuda a resolve-los.

Se te aconteceu de sentir uma imensa tristeza na alma e rapidamente, como um impulso, o amor se expande em você e uma paz inexplicável invade todo seu ser...
- Foi Deus que te aconchegou em seus braços e te deu a esperança.

Se te aconteceu de estar cansado da vida, a ponto de querer morrer, e rapidamente sente força suficiente para continuar seu caminho com nova energia...
- Foi Deus que está sempre junto a ti e Te acompanha com amor nos caminhos da vida.

Tudo vai melhor?
- É Deus que te guia.

*******


Você acredita que esta mensagem te foi enviada por acaso? Não!
…foi Deus que tocou meu coração.

Me fez pensar em você porque és minha amiga/meu amigo, E és importante para Deus … e para mim.

Deixe que Deus toque seu coração e te faça enviar esta mensagem a todos os seus amigos, a todos os que considere estar precisando dessa ajuda…

…porque todos necessitamos saber que Deus está sempre conosco!Através de Jesus Cristo

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.

Vamos repartir com todos o imenso amor de Deus.

Graças a Deus!

(Autor Desconhecido)

terça-feira, 6 de março de 2012

No justo momento (Chico Xavier)



No justo momento (Chico Xavier)


No justo momento em que o fracasso lhe atropele o carro
da esperança, o apoio habitual lhe falte à existência,
a ventania da adversidade lhe açoite espírito, a aflição se
lhe intrometa nos passos, a tristeza lhe empane os
horizontes, a solidão lhe venha a fazer companhia,
no momento justo enfim, no qual a crise ou a angústia,
a sombra ou a atribulação se lhe façam mais difíceis de
suportar, não chore e nem esmoreça.
A água pura, a fim de manter-se pura é servida em taça vazia.
A treva da meia noite é a ocasião em que o tempo dá sinal
de partida para novo alvorecer.
Por maior que seja a dificuldade, jamais desanime.
O nosso pior momento na vida é sempre
o momento de melhorar

(Chico Xavier)

sábado, 3 de março de 2012

O Cristo consolador (O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 6, #1-8)



O Cristo consolador
(O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 6, #1-8)


O jugo leve


1. Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (S. MATEUS, cap. XI, vv. 28 a 30.)

2. Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação em a fé no futuro, em a confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe mitiga o amargor. Foi isso que levou Jesus a dizer: "Vinde a mim todos vós que estais fatigados, que eu vos aliviarei."

Entretanto, faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na lei por ele ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas, esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.


Consolador prometido

3. Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: - O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. -Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito. (S. JOÃO, cap. XIV, vv. 15 a 17 e 26.)

4. Jesus promete outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito. Se, portanto, o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido.

O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Advertiu o Cristo: "Ouçam os que têm ouvidos para ouvir." O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias; levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores.

Disse o Cristo: "Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados." Mas, como há de alguém sentir-se ditoso por sofrer, se não sabe por que sofre? O Espiritismo mostra a causa dos sofrimentos nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Mostra o objetivo dos sofrimentos, apontando-os como crises salutares que produzem a cura e como meio de depuração que garante a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer e acha justo o sofrimento. Sabe que este lhe auxilia o adiantamento e o aceita sem murmurar, como o obreiro aceita o trabalho que lhe assegurará o salário. O Espiritismo lhe dá fé inabalável no futuro e a dúvida pungente não mais se lhe apossa da alma. Dando-lhe a ver do alto as coisas, a importância das vicissitudes terrenas some-se no vasto e esplêndido horizonte que ele o faz descortinar, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até ao termo do caminho.

Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.


INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS


Advento do Espírito de Verdade

5. Venho, como outrora aos transviados filhos de Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como o fez antigamente a minha palavra, tem de lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinem as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina divinal. Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso no seio da Humanidade e disse: "Vinde a mim, todos vós que sofreis."

Mas, ingratos, os homens afastaram-se do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana; quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, isto é, mortos segundo a carne, porquanto não existe a morte, vos socorrais mutuamente, e que se faça ouvir não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a dos que já não vivem na Terra, a clamar: Orai e crede! pois que a morte é a ressurreição, sendo a vida a prova buscada e durante a qual as virtudes que houverdes cultivado crescerão e se desenvolverão como o cedro.

Homens fracos, que compreendeis as trevas das vossas inteligências, não afasteis o facho que a clemência divina vos coloca nas mãos para vos clarear o caminho e reconduzir-vos, filhos perdidos, ao regaço de vosso Pai.

Sinto-me por demais tomado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar de estender mão socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.

Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: "Irmãos! nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade." - O Espírito de Verdade. (Paris, 1860.)

6. Venho instruir e consolar os pobres deserdados. Venho dizer-lhes que elevem a sua resignação ao nível de suas provas, que chorem, porquanto a dor foi sagrada no Jardim das Oliveiras; mas, que esperem, pois que também a eles os anjos consoladores lhes virão enxugar as lágrimas.

Obreiros, traçai o vosso sulco; recomeçai no dia seguinte o afanoso labor da véspera; o trabalho das vossas mãos vos fornece aos corpos o pão terrestre; vossas almas, porém, não estão esquecidas; e eu, o jardineiro divino, as cultivo no silêncio dos vossos pensamentos. Quando soar a hora do repouso, e a trama da vida se vos escapar das mãos e vossos olhos se fecharem para a luz, sentireis que surge em vós e germina a minha preciosa semente. Nada fica perdido no reino de nosso Pai e os vossos suores e misérias formam o tesouro que vos tornará ricos nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas e onde o mais desnudo dentre todos vós será talvez o mais resplandecente. - O Espírito de Verdade. (Paris, 1861.)

Em verdade vos digo: os que carregam seus fardos e assistem os seus irmãos são bem-amados meus. Instruí-vos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas e vos mostra o sublime objetivo da provação humana. Assim como o vento varre a poeira, que também o sopro dos Espíritos dissipe os vossos despeitos contra os ricos do mundo, que são, não raro, muito miseráveis, porquanto se acham sujeitos a provas mais perigosas do que as vossas. Estou convosco e meu apóstolo vos instrui. Bebei na fonte viva do amor e preparai-vos, cativos da vida, a lançar-vos um dia, livres e alegres, no seio dAquele que vos criou fracos para vos tornar perfectíveis e que quer modeleis vós mesmos a vossa maleável argila, a fim de serdes os artífices da vossa imortalidade. - O Espírito de Verdade. (Paris, 1861.)

7. Sou o grande médico das almas e venho trazer-vos o remédio que vos há de curar. Os fracos, os sofredores e os enfermos são os meus filhos prediletos. Venho salvá-los. Vinde, pois, a mim, vós que sofreis e vos achais oprimidos, e sereis aliviados e consolados. Não busqueis alhures a força e a consolação, pois que o mundo é impotente para dá-las. Deus dirige um supremo apelo aos vossos corações, por meio do Espiritismo. Escutai-o. Extirpados sejam de vossas almas doloridas a impiedade, a mentira, o erro, a incredulidade. São monstros que sugam o vosso mais puro sangue e que vos abrem chagas quase sempre mortais. Que, no futuro, humildes e submissos ao Criador, pratiqueis a sua lei divina. Amai e orai; sede dóceis aos Espíritos do Senhor; invocai-o do fundo de vossos corações. Ele, então, vos enviará o seu Filho bem-amado, para vos instruir e dizer estas boas palavras: Eis-me aqui; venho até vós, porque me chamastes. - O Espírito de Verdade. (Bordéus, 1861.)

8. Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que lha pedem. Seu poder cobre a Terra e, por toda a parte, junto de cada lágrima colocou ele um bálsamo que consola. A abnegação e o devotamento são uma prece continua e encerram um ensinamento profundo. A sabedoria humana reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos sofredores compreender essa verdade, em vez de clamarem contra suas dores, contra os sofrimentos morais que neste mundo vos cabem em partilha. Tomai, pois, por divisa estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõe. O sentimento do dever cumprido vos dará repouso ao espírito e resignação. O coração bate então melhor, a alma se asserena e o corpo se forra aos desfalecimentos, por isso que o corpo tanto menos forte se sente, quanto mais profundamente golpeado é o espírito. - O Espírito de Verdade. (Havre, 1863.).133


Fonte do Texto: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 6, #1-8

Fonte das fotos: Akiane Kramarik (www.akiane.com - All Rights Reserved)




sexta-feira, 2 de março de 2012

Escala de Evolução Espiritual (O Livro dos Espíritos)



Escala espírita


100. OBSERVAÇÕES PRELIMINARES. - A classificação dos Espíritos se baseia no grau de adiantamento deles, nas qualidades que já adquiriram e nas imperfeições de que ainda terão de despojar-se. Esta classificação, aliás, nada tem de absoluta. Apenas no seu conjunto cada categoria apresenta caráter definido. De um grau a outro a transição é insensível e, nos limites extremos, os matizes se apagam, como nos reinos da Natureza, como nas cores do arco-íris, ou, também, como nos diferentes períodos da vida do homem. Podem, pois, formar-se maior ou menor número de classes, conforme o ponto de vista donde se considere a questão. Dá-se aqui o que se dá com todos os sistemas de classificação científica, que podem ser mais ou menos completos, mais ou menos racionais, mais ou menos cômodos para a inteligência. Sejam, porém, quais forem, em nada alteram as bases da ciência. Assim, é natural que inquiridos sobre este ponto, hajam os Espíritos divergido quanto ao número das categorias, sem que isto tenha valor algum. Entretanto, não faltou quem se agarrasse a esta contradição aparente, sem refletir que os Espíritos nenhuma importância ligam ao que é puramente convencional. Para eles, o pensamento é tudo. Deixam-nos a nós a forma, a escolha dos termos, as classificações, numa palavra, os sistemas.

Façamos ainda uma consideração que se não deve jamais perder de vista, a de que entre os Espíritos, do mesmo modo que entre os homens, há os muito ignorantes, de maneira que nunca serão demais as cautelas que se tomem contra a tendência a crer que, por serem Espíritos, todos devam saber tudo. Qualquer classificação exige método, análise e conhecimento aprofundado do assunto. Ora no mundo dos Espíritos, os que possuem limitados conhecimentos são, como neste mundo, os ignorantes, os inaptos a apreender uma síntese, a formular um sistema. Só muito imperfeitamente percebem ou compreendem uma classificação qualquer. Consideram da primeira categoria todos os Espíritos que lhes são superiores, por não poderem apreciar as gradações de saber, de capacidade e de moralidade que os distinguem, como sucede entre nós a um homem rude com relação aos civilizados. Mesmo os que sejam capazes de tal apreciação podem mostra-se divergentes, quanto às particularidades, conformemente aos pontos de vista em que se achem, sobretudo se se trata de uma divisão, que nenhum cunho absoluto apresente. Lineu, Jussieu e Tournefort tiveram cada um o seu método, sem que a Botânica houvesse em conseqüência experimentado modificação alguma. É que nenhum deles inventou as plantas, nem seus caracteres. Apenas observaram as analogias, segundo as quais formaram os grupos ou classes. Foi assim que também nós procedemos. Não inventamos os Espíritos, nem seus caracteres. Vimos e observamos, julgamo-los pelas suas palavras e atos, depois os classificamos pelas semelhanças, baseando-nos em dados que eles próprios nos forneceram.

Os Espíritos, em geral, admitem três categorias principais, ou três grandes divisões. Na última, a que fica na parte inferior da escala, estão os Espíritos imperfeitos, caracterizados pela predominância da matéria sobre o Espírito e pela propensão para o mal. Os da segunda se caracterizam pela predominância do Espírito sobre a matéria e pelo desejo do bem: são os bons Espíritos. A primeira, finalmente, compreende os Espíritos puros, os que atingiram o grau supremo da perfeição.

Esta divisão nos pareceu perfeitamente racional e com caracteres bem positivados. Só nos restava pôr em relevo, mediante subdivisões em número suficiente, os principais matizes do conjunto. Foi o que fizemos, com o concurso dos Espíritos, cujas benévolas instruções jamais nos faltaram.

Com o auxílio desse quadro, fácil será determinar-se a ordem, assim como o grau de superioridade ou de inferioridade dos que possam entrar em relações conosco e, por conseguinte, o grau de confiança ou de estima que mereçam. É, de certo modo, a chave da ciência espírita, porquanto só ele pode explicar as anomalias que as comunicações apresentam, esclarecendo-nos acerca das desigualdades intelectuais e morais dos Espíritos. Faremos, todavia, notar que estes não ficam pertencendo, exclusivamente, a tal ou tal classe. Sendo sempre gradual o progresso deles e muitas vezes mais acentuado num sentido do que em outro, pode acontecer que muitos reúnam em si os caracteres de várias categorias, o que seus atos e linguagem tornam possível apreciar-se.


Terceira ordem. - Espíritos imperfeitos

101. CARACTERES GERAIS. - Predominância da matéria sobre o Espírito. Propensão para o mal. Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as paixões que lhes são conseqüentes.

Têm a intuição de Deus, mas não O compreendem.

Nem todos são essencialmente maus. Em alguns há mais leviandade, irreflexão e malícia do que verdadeira maldade. Uns não fazem o bem nem o mal; mas, pelo simples fato de não fazerem o bem, já denotam a sua inferioridade. Outros, ao contrário, se comprazem no mal e rejubilam quando uma ocasião se lhes depara de praticá-lo.

A inteligência pode achar-se neles aliada à maldade ou à malícia; seja, porém, qual for o grau que tenham alcançado de desenvolvimento intelectual, suas idéias são pouco elevadas e mais ou menos abjetos seus sentimentos.

Restritos conhecimentos têm das coisas do mundo espírita e o pouco que sabem se confunde com as idéias e preconceitos da vida corporal. Não nos podem dar mais do que noções errôneas e incompletas; entretanto, nas suas comunicações, mesmo imperfeitas, o observador atento encontra a confirmação das grandes verdades ensinadas pelos Espíritos superiores.

Na linguagem de que usam se lhes revela o caráter. Todo Espírito que, em suas comunicações, trai um mau pensamento pode ser classificado na terceira ordem. Conseguintemente, todo mau pensamento que nos é sugerido vem de um Espírito desta ordem.

Eles vêem a felicidade dos bons e esse espetáculo lhes constitui incessante tormento, porque os faz experimentar todas as angústias que a inveja e o ciúme podem causar.

Conservam a lembrança e a percepção dos sofrimentos da vida corpórea e essa impressão é muitas vezes mais penosa do que a realidade. Sofrem, pois, verdadeiramente, pelos males de que padeceram em vida e pelos que ocasionam aos outros. E, como sofrem por longo tempo, julgam que sofrerão para sempre. Deus, para puní-los, quer que assim julguem.

Podem compor cinco classes principais.

102. Décima classe. ESPÍRITOS IMPUROS. - São inclinados ao mal, de que fazem o objeto de suas preocupações. Como Espíritos, dão conselhos pérfidos, sopram a discórdia e a desconfiança e se mascaram de todas as maneiras para melhor enganar. Ligam-se aos homens de caráter bastante fraco para cederem às suas sugestões, a fim de induzi-los à perdição, satisfeitos com o conseguirem retardar-lhes o adiantamento, fazendo-os sucumbir nas provas por que passam.

Nas manifestações dão-se a conhecer pela linguagem. A trivialidade e a grosseria das expressões, nos Espíritos, como nos homens, é sempre indício de inferioridade moral, senão também intelectual. Suas comunicações exprimem a baixeza de seus pendores e, se tentam iludir, falando com sensatez, não conseguem sustentar por muito tempo o papel e acabam sempre por se traírem.

Alguns povos os arvoraram em divindades maléficas; outros os designam pelos nomes de demônios, maus gênios, Espíritos do mal.

Quando encarnados, os seres vivos que eles constituem se mostram propensos a todos os vícios geradores das paixões vis e degradantes: a sensualidade, a crueldade, a felonia, a hipocrisia, a cupidez, a avareza sórdida. Fazem o mal por prazer, as mais das vezes sem motivo, e, por ódio ao bem, quase sempre escolhem suas vítimas entre as pessoas honestas. São flagelos para a humanidade, pouco importando a categoria social a que pertençam, e o verniz da civilização não os forra ao opróbrio e à ignomínia.

103. Nona classe. ESPÍRITOS LEVIANOS. - São ignorantes, maliciosos, irrefletidos e zombeteiros. Metem-se em tudo, a tudo respondem, sem se incomodarem com a verdade. Gostam de causar pequenos desgostos e ligeiras alegrias, de intrigar, de induzir maldosamente em erro, por meio de mistificações e de espertezas. A esta classe pertencem os Espíritos vulgarmente tratados de duendes, trasgos, gnomos, diabretes. Acham-se sob a dependência dos Espíritos superiores, que muitas vezes os empregam, como fazemos com os nossos servidores.

Em suas comunicações com os homens, a linguagem de que se servem é, amiúde, espirituosa e faceta, mas quase sempre sem profundeza de idéias. Aproveitam-se das esquisitices e dos ridículos humanos e os apreciam, mordazes e satíricos. Se tomam nomes supostos, é mais por malícia do que por maldade.

104. Oitava classe. ESPÍRITOS PSEUDO-SÁBIOS. - Dispõem de conhecimentos bastante amplos, porém, crêem saber mais do que realmente sabem. Tendo realizado alguns progressos sob diversos pontos de vista, a linguagem deles aparenta um cunho de seriedade, de natureza a iludir com respeito às suas capacidades e luzes. Mas, em geral, isso não passa de reflexo dos preconceitos e idéias sistemáticas que nutriam na vida terrena. É uma mistura de algumas verdades com os erros mais polpudos, através dos quais penetram a presunção, o orgulho, o ciúme e a obstinação, de que ainda não puderam despir-se.

105. Sétima classe. ESPÍRITOS NEUTROS. - Nem bastante bons para fazerem o bem, nem bastante maus para fazerem o mal. Pendem tanto para um como para o outro e não ultrapassam a condição comum da Humanidade, quer no que concerne ao moral, quer no que toca à inteligência. Apegam-se às coisas deste mundo, de cujas grosseiras alegrias sentem saudades.

106. Sexta classe. ESPÍRITOS BATEDORES E PERTURBADORES. - Estes Espíritos, propriamente falando, não formam uma classe distinta pelas suas qualidades pessoais. Podem caber em todas as classes da terceira ordem. Manifestam geralmente sua presença por efeitos sensíveis e físicos, como pancadas, movimento e deslocamento anormal de corpos sólidos, agitação do ar, etc. Afiguram-se, mais do que outros, presos à matéria. Parecem ser os agentes principais das vicissitudes dos elementos do globo, quer atuem sobre o ar, a água, o fogo, os corpos duros, quer nas entranhas da terra. Reconhece-se que esses fenômenos não derivam de uma causa fortuita ou física, quando denotam caráter intencional e inteligente. Todos os Espíritos podem produzir tais fenômenos, mas os de ordem elevada os deixam, de ordinário, como atribuições dos subalternos, mais aptos para as coisas materiais do que para as coisas da inteligência; quando julgam úteis as manifestações desse gênero, lançam mão destes últimos como seus auxiliares.


Segunda ordem. - Bons Espíritos

107. CARACTERES GERAIS - Predominância do Espírito sobre a matéria; desejo do bem. Suas qualidades e poderes para o bem estão em relação com o grau de adiantamento que hajam alcançado; uns têm a ciência, outros a sabedoria e a bondade. Os mais reúnem o saber às qualidades morais. Não estando ainda completamente desmaterializados, conservam mais ou menos, conforme a categoria que ocupem, os traços da existência corporal, assim na forma da linguagem, como nos hábitos, entre os quais se descobrem mesmo algumas de suas manias. De outro modo, seriam Espíritos perfeitos.

Compreendem Deus e o infinito e já gozam da felicidade dos bons. São felizes pelo bem que fazem e pelo mal que impedem. O amor que os une lhes é fonte de inefável ventura, que não tem a perturbá-la nem a inveja, nem os remorsos, nem nenhuma das más paixões que constituem o tormento dos Espíritos imperfeitos. Todos, entretanto, ainda têm que passar por provas, até que atinjam a perfeição.

Como Espíritos, suscitam bons pensamentos, desviam os homens da senda do mal, protegem na vida os que se lhes mostram dignos de proteção e neutralizam a influência dos Espíritos imperfeitos sobre aqueles a quem não é grato sofrê-la.

Quando encarnados, são bondosos e benevolentes com os seus semelhantes. Não os movem o orgulho, nem o egoísmo, ou a ambição. Não experimentam ódio, rancor, inveja ou ciúme e fazem o bem pelo bem.

A esta ordem pertencem os Espíritos designados, nas crenças vulgares, pelos nomes de bons gênios, gênios protetores, Espíritos do bem. Em épocas de superstições e de ignorância, eles hão sido elevados à categoria de divindades benfazejas.

Podem ser divididos em quatro grupos principais:

108. Quinta classe. ESPÍRITOS BENÉVOLOS. - A bondade é neles a qualidade dominante. Apraz-lhes prestar serviço aos homens e protegê-los. Limitados, porém, são os seus conhecimentos. Hão progredido mais no sentido moral do que no sentido intelectual.

109. Quarta classe. ESPÍRITOS SÁBIOS. - Distinguem-se pela amplitude de seus conhecimentos. Preocupam-se menos com as questões morais, do que com as de natureza científica, para as quais têm maior aptidão. Entretanto, só encaram a ciência do ponto de vista da sua utilidade e jamais dominados por quaisquer paixões próprias dos Espíritos imperfeitos.

110. Terceira classe. ESPÍRITOS DE SABEDORIA. - As qualidades morais da ordem mais elevada são o que os caracteriza. Sem possuírem ilimitados conhecimentos, são dotados de uma capacidade intelectual que lhes faculta juízo reto sobre os homens e as coisas.

111. Segunda classe. ESPÍRITOS SUPERIORES. - Esses em si reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade. Da linguagem que empregam se exala sempre a benevolência; é uma linguagem invariavelmente digna, elevada e, muitas vezes, sublime. Sua superioridade os torna mais aptos do que os outros a nos darem noções exatas sobre as coisas do mundo incorpóreo, dentro dos limites do que é permitido ao homem saber. Comunicam-se complacentemente com os que procuram de boa-fé a verdade e cuja alma já está bastante desprendida das ligações terrenas para compreendê-la. Afastam-se, porém, daqueles a quem só a curiosidade impele, ou que, por influência da matéria, fogem à prática do bem.

Quando, por exceção, encarnam na Terra, é para cumprir missão de progresso e então nos oferecem o tipo da perfeição a que a Humanidade pode aspirar neste mundo.


Primeira ordem. - Espíritos Puros

112. CARACTERES GERAIS. - Nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta, com relação aos Espíritos das outras ordens.

113. Primeira classe. Classe única. - Os Espíritos que a compõem percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura, não têm mais que sofrer provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus.

Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos às necessidades, nem às vicissitudes da vida material. Essa felicidade, porém, não é a ociosidade monótona, a transcorrer em perpétua contemplação. Eles são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam para manutenção da harmonia universal. Comandam a todos os Espíritos que lhes são inferiores, auxiliam-nos na obra de seu aperfeiçoamento e lhes designam as suas missões. Assistir os homens nas suas aflições, concitá-los ao bem ou à expiação das faltas que os conservem distanciados da suprema felicidade, constitui para eles ocupação gratíssima. São designados às vezes pelos nomes de anjos, arcanjos ou serafins.

Podem os homens pôr-se em comunicação com eles, mas extremamente presunçoso seria aquele que pretendesse tê-los constantemente às suas ordens.

Fonte: O Livro dos Espíritos (Allan Kardec)

Momentos (Chico Xavier)



"É exatamente disso que a vida é feita, de MOMENTOS. Momentos que TEMOS que passar, sendo bons ou ruins, para o nosso próprio aprendizado. Nunca esquecendo do mais importante: Nada nessa vida é por acaso. Absolutamente nada. Por isso, temos que nos preocupar em fazer a nossa parte, da melhor forma possível. A vida nem sempre segue a nossa vontade, mas ela é perfeita naquilo que tem que ser."

(Chico Xavier)