segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Corsário (Elis Regina)



"Meu coração tropical está coberto de neve,
mas ferve em seu cofre gelado,
a voz vibra e a mão escreve mar
bendita lâmina grave que fere a parede e traz
as febres loucas e breves que mancham o silêncio e o cais.

Roseirais, nova Granada de Espanha,
por você eu, teu corsário preso,
vou partir a geleira azul da solidão e buscar a mão do mar
me arrastar até o mar, procurar o mar.

Mesmo que eu mande em garrafas mensagens por todo o mar
meu coração tropical partirá esse gelo e irá
como as garrafas de náufrago e as rosas partindo o ar
nova Granada de Espanha e as rosas partindo o ar.

Vou partir a geleira azul da solidão e buscar a mão do mar
me arrastar até o mar, procurar o mar.

Mesmo que eu mande em garrafas mensagens por todo o mar
meu coração tropical partirá esse gelo e irá
como as garrafas de náufrago e as rosas partindo o ar
nova Granada de Espanha e as rosas partindo o ar.

Mesmo que eu mande em garrafas mensagens por todo o mar
meu coração tropical partirá esse gelo e irá..."

Elis Regina




"Agora o braço, não é mais o braço erguido num grito de gol.

Agora o braço é uma linha, um traço, um rastro espelhado e brilhate.

E todas essas figuras são assim, desenhos de luz, agrupamentos de ponto, de partículas, um quadro de impulsos, um processamento de sinais.

E assim dizem, recontam a vida. Agora retiram de mim a cobertura de carne, escorrem todo o sangue, afinam o ossos em fios luminosos.

E aí estou pelo salão, pelas casas, pelas cidades parecida comigo.

Um rascunho, uma forma nebulosa fita de luz e sombra, como uma estrela.

Agora eu sou uma estrela!"

(Elis Regina)


Texto dito pela cantora Elis Regina, em sua última apresentação antes da sua morte. Contido no álbum Trem Azul, lançado em 1982 na íntegra do show, outubro de 1981, no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Qualcosa che non c'è (Elisa Toffoli)





Qualcosa che non c'è
Elisa Toffoli
Composição: musica e texto: Elisa Toffoli


Tutto questo tempo a chiedermi
Cos'è che non mi lascia in pace
Tutti questi anni a chiedermi
Se vado veramente bene
Così
Come sono
Così

Così un giorno
Ho scritto sul quaderno
Io farò sognare il mondo con la musica
Non molto tempo
Dopo quando mi bastava
Fare un salto per
Raggiungere la felicità
E la verità è

Ho aspettato a lungo
Qualcosa che non c'è
Invece di guardare il sole sorgere

Questo è sempre stato un modo
Per fermare il tempo
E la velocità
I passi svelti della gente
La disattenzione
Le parole dette
Senza umiltà
Senza cuore così
Solo per far rumore

Ho aspettato a lungo
Qualcosa che non c'è
Invece di guardare
Il sole sorgere

E miracolosamente non
Ho smesso di sognare
E miracolosamente
Non riesco a non sperare
E se c'è un segreto
E' fare tutto come
Se vedessi solo il sole

Un segreto è fare tutto
Come se
Fare tutto
Come se
Vedessi solo il sole
Vedessi solo il sole
Vedessi solo il sole

E non
Qualcosa che non c'è

--------------------

Algo que não existe


Todo este tempo a me perguntar
O que não me deixa em paz
Todos estes anos a me perguntar
Se vou realmente bem
Assim
Como sou
Assim

Assim um dia
Escrevi em um caderno:
"Eu farei o mundo sonhar com a música"
Não muito tempo
Depois, quando me bastava
Fazer um salto para
Alcançar a felicidade,
E a verdade é que:

Esperei por muito tempo por
Algo que não existe
Em vez de ver o sol surgir...

Este sempre foi um modo
Para parar o tempo,
E a velocidade,
Os passos acordados das pessoas,
A desatenção,
As palavras ditas
Sem humildade,
Sem coração, assim,
Só para fazer barulho...

Esperei por muito tempo
Algo que não existe
Em vez de ver o sol surgir...

E milagrosamente não
Desisti de sonhar.
E milagrosamente
Não arrisco a não esperar.
E se há um segredo,
É fazer tudo como
Se visse só o sol...

Um segredo é fazer tudo
Como se,
Fazer tudo
Como se,
Visse só o Sol
Visse só o Sol
Visse só o Sol...

E não,
Algo que não existe...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

São Francisco de Assis




"Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado...

Resignação para aceitar o que não pode ser mudado...

E sabedoria para distinguir uma coisa da outra”. "

(São Francisco de Assis)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Oração Nossa (Chico Xavier por Emmanuel)



Senhor, ensina-nos a orar sem esquecer o trabalho. A dar sem olhar a quem. A servir sem perguntar até quando. A sofrer sem magoar seja a quem for. A progredir sem perder a simplicidade.

A semear o bem sem pensar nos resultados. A desculpar sem condições. A marchar para a frente sem contar os obstáculos. A ver sem malícia. A escutar sem corromper os assuntos.

A falar sem ferir. A compreender o próximo sem exigir entendimento. A respeitar os semelhantes sem reclamar consideração. A dar o melhor de nós, além da execução do próprio deversem cobrar taxas de reconhecimento.

Senhor, fortalece em nós a paciência para com as dificuldadesdos outros, assim como precisamos da paciência dos outrospara com as nossas próprias dificuldades. Ajuda-nos para que a ninguém façamos aquiloque não desejamos para nós.

Auxilia-nos sobretudo a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será invariavelmente àquela de cumprir os desígnios, onde ecomo queiras, hoje, agora e sempre.

(Emmanuel)
Mensagem psicografada por Chico Xavier

A beneficência (O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XIII - Nº 11)




11. A beneficência, meus amigos, dar-vos-á nesse mundo os mais puros e suaves deleites, as alegrias do coração, que nem o remorso, nem a indiferença perturbam. Oh! pudésseis compreender tudo o que de grande e de agradável encerra a generosidade das almas belas, sentimento que faz olhe a criatura as outras como olha a si mesma, e se dispa, jubilosa, para vestir o seu irmão! Pudésseis, meus amigos, ter por única ocupação tornar felizes os outros! Quais as festas mundanas que podereis comparar às que celebrais quando, como representantes da Divindade, levais a alegria a essas famílias que da vida apenas conhecem as vicissitudes e as amarguras, quando vedes nelas os semblantes macerados refulgirem subitamente de esperança, porque, faltos de pão, os desgraçados ouviam seus filhinhos, ignorantes de que viver é sofrer, gritando repetidamente, a chorar, estas palavras, que, como agudo punhal, se lhes enterravam nos corações maternos: "Estou com fome!..." Oh! compreendei quão deliciosas são as impressões que recebe aquele que vê renascer a alegria onde, um momento antes, só havia desespero! Compreendei as obrigações que tendes para com os vossos irmãos! Ide, ide ao encontro do infortúnio; ide em socorro, sobretudo, das misérias ocultas, por serem as mais dolorosas! Ide, meus bem-amados, e tende em mente estas palavras do Salvador: "Quando vestirdes a um destes pequeninos, lembrai-vos de que é a mim que o fazeis!"

Caridade! sublime palavra que sintetiza todas as virtudes, és tu que hás de conduzir os povos à felicidade. Praticando-te, criarão eles para si infinitos gozos no futuro e, enquanto se acharem exilados na Terra, tu lhes serás a consolação, o prelibar das alegrias de que fruirão mais tarde, quando se encontrarem reunidos no seio do Deus de amor. Foste tu, virtude divina, que me proporcionaste os únicos momentos de satisfação de que gozei na Terra. Que os meus irmãos encarnados creiam na palavra do amigo que lhes fala, dizendo-lhes: E na caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio para as aflições da vida. Oh! quando estiverdes a ponto de acusar a Deus, lançai um olhar para baixo de vós; vede que de misérias a aliviar, que de pobres crianças sem família, que de velhos sem qualquer mão amiga que os ampare e lhes feche os olhos quando a morte os reclame! Quanto bem a fazer! Oh! não vos queixeis; ao contrário, agradecei a Deus e prodigalizai a mancheias a vossa simpatia, o vosso amor, o vosso dinheiro por todos os que, deserdados dos bens desse mundo, enlanguescem na dor e no insulamento! Colhereis nesse mundo bem doces alegrias e, mais tarde... só Deus o sabe!... Adolfo, bispo de Argel. (Bordéus, 1861.)

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XIII, Nº 11