"Não somos seres humanos numa jornada espiritual, mas seres espirituais numa jornada humana." Nikos Kazantzakis (1883-1957)
sábado, 13 de junho de 2009
Chico Xavier & Bezerra de Menezes
O mais bonito, não eram apenas as visitas que o Chico fazia com os grupos, mas aquelas anônimas que ele realizava pela madrugada, quando saía sozinho para levar seu conforto moral à famílias doentes, a pessoas moribundas, às vezes acompanhado por um amigo para assessorá-lo, ajudá-lo, pois já portava alguns problemas de saúde, mas sem que ninguém o soubesse.
Ali estava a maior antena paranormal da humanidade dos últimos séculos, apagando este potencial para chorar com uma família que tinha fome.
Ele contou-me que tinha o hábito, em Pedro Leopoldo, de visitar pessoas que ficavam embaixo de uma velha ponte numa estrada abandonada, e que ruíra.
Iam ele, sua irmã Luiza e mais duas ou três pessoas muito pobres de sua comunidade.
À medida que eles aumentavam a freqüência de visitas, os necessitados foram se avolumando, e mal conseguiam víveres para o grupo, pois que os seus salários eram insuficientes, e todos eram pessoas de escassos recursos.
O esposo de Luíza, que era fiscal da prefeitura, recolhia, quando nas feiras-livres havia excedente, legumes e outros alimentos, e que eram doados para distribuir anonimamente, nos sábados, à noite, aos necessitados da ponte.
Houve, porém, um dia em que ele, Luíza e suas auxiliares não tinham absolutamente nada; decidiu-se então, não irem, pois aquela gente estava com fome e nada teriam para oferecer. Eles também estavam vivendo com extremas dificuldades.
Foi quando apareceu-lhe o espírito do Dr. Bezerra de Menezes, que sugeriu colocassem alguns jarros com água, que ele iria magnetizá-los para serem distribuídas, havendo, ao menos, alguma coisa para dar. Ele assim o fez, e o Espírito benfeitor, utilizando-se do seu ectoplasma bem como o das demais pessoas presentes, fluidificou o líquido.
Esse adquiriu um suave perfume, e então o Chico tomou as moringas e, com suas amigas, após a reunião convencional do sábado, dirigiram-se à ponte. Quando lá chegaram encontraram umas 200 pessoas, entre crianças, adultos, enfermos em geral, pessoas com graves problemas espirituais, necessitados.
"Lá vem o Chico, dona Luíza" - gritaram e ele, constrangido e angustiado, por ter levado apenas água (o povo nem sabia o que seria água magnetizada, fluidificada) , pretendeu explicar a ocorrência. Levantou-se e falou:
- "Meus irmãos, hoje nós não temos nada" - e narrou a dificuldade. As pessoas ficaram logo ofendidas, tomando atitudes de desrespeito, e ele começou a chorar. Neste momento, uma das assistidas levantou-se e disse:
" - Alto lá! Este homem e estas mulheres vêm sempre aqui nos ajudar, e hoje, que eles não têm nada para nos dar, cabe-nos dar-lhes alguma coisa. Vamos dar-lhes a nossa alegria, vamos cantar, vamos agradecer a Deus."
Enquanto ela estava dizendo isso, apareceu um caminhão carregado, e alguém, lá de dentro, interrogou:
- "quem é Chico Xavier?"
Quando ele atendeu, o motorista perguntou se ele se lembrava de um certo Dr. Fulano de Tal? Chico recordava-se de um certo senhor de grandes posses materiais que vivia em São Paulo, que um ano antes estivera em Pedro Leopoldo, e lhe contara o drama de que era objeto.
Seu filho querido desencarnara, ele e a esposa estavam desesperados - ainda não havia o denominado Correio de Luz, eram comunicações mais esporádicas - e Chico compadeceu-se muito da angústia do casal.
Durante a reunião, o filhinho veio trazido pelo Dr. Bezerra de Menezes e escreveu uma consoladora mensagem. Então o cavalheiro disse-lhe:
"- Um dia, Chico, eu hei de retribuir-lhe de alguma forma. Mas como é que meu filho deu esta comunicação?"
Chico explicou-lhe:
" - É natural esse fenômeno, graças ao venerando Espírito Dr. Bezerra de Menezes, que trouxe o jovem desencarnado para este fim", e deu-lhe uma idéia muito rápida do que eram as comunicações mediúnicas.
O casal ficou muito grato ao Dr. Bezerra de Menezes, e repetiu que um dia haveria de retribuir a graça recebida.
Foi quando o motorista lhe narrou:
- "Estou trazendo este caminhão de alimentos mandado pelo Sr. Fulano de Tal, que me deu o endereço do Centro onde deveria entregar a carga, mas tive um problema na estrada, e atrasei-me; quando cheguei, estava tudo fechado. Olhei para os lados e apareceu-me um senhor de idade com barbas brancas, e perguntou o que eu desejava.
" - Estou procurando o Sr. Chico Xavier" - respondi.
" - Pois olhe: dobre ali, vá até uma ponte caída, e diga que fui eu quem o orientou" - respondeu-me.
" - E qual o seu nome?" - indaguei, e ele respondeu " - Bezerra de Menezes".
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Sou uma pessoa comum
Fui criado com princípios morais comuns.
Quando criança, ladrões tinham a aparência de ladrões e nossa única preocupação em relação à segurança era a de que os "lanterninhas" dos cinemas nos expulsassem devido às batidas com os pés no chão quando uma determinada música era tocada no início dos filmes, nas matinês de domingo.
Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas, dignas de respeito e consideração.
Quanto mais próximos, e/ou mais velhos, mais afeto.
Inimaginável responder deseducadamente a policiais, mestres, aos mais idosos, autoridades. Confiávamos nos adultos porque todos eram pais/mães de todas as crianças da rua, do bairro, da cidade.
Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, de filmes de terror.
Ouvindo hoje o Jornal da noite, deu-me uma tristeza infinita por tudo que perdemos. Por tudo o que meu filho precisa temer.
Pelo medo no olhar de crianças, jovens, velhos e adultos. Matar os pais, os avós, violentar crianças, seqüestrar jovens, roubar, enganar, passar a perna, tudo virou banalidades de notícias policiais, esquecidas após o primeiro intervalo comercial.
Agentes de trânsito multando infratores são exploradores, funcionários de indústrias de multas. Policiais em blitz são abuso de autoridade.
Regalias em presídios são matéria votada em reuniões.
Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos.
Não levar vantagem é ser otário.
Pagar dívidas em dia é bancar o bobo, anistia para os caloteiros de plantão.
Ladrões de terno e gravata, assassinos com cara de anjo, pedófilos de cabelos brancos.
O que aconteceu conosco?
Professores surrados em salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas portas e janelas. Crianças morrendo de fome, gente com fome de morte.
Que valores são esses?
Carros que valem mais que abraço, filhos querendo-os como brindes por passar de ano.
Celulares nas mochilas dos que recém largaram as fraldas.
TV, DVD, telefone, vídeo game, o que vai querer em troca desse abraço, meu filho?
Mais vale um Armani do que um diploma. Mais vale um telão do que um papo.
Mais vale um baseado do que um sorvete. Mais vale dois vinténs do que um gosto.
Que lares são esses?
Bom dia, boa noite, até mais. Jovens ausentes, pais ausentes, droga presente e o presente uma droga. O que é aquilo? Uma árvore, uma galinha, uma estrela.
Quando foi que tudo sumiu ou virou ridículo?
Quando foi que senti amor pela última vez?
Quando foi que esqueci o nome do meu vizinho? Quando foi que olhei nos olhos de quem me pede roupa, comida, calçado sem sentir medo?
Quando foi que fechei a janela do meu carro? Quando foi que me fechei?
Quero de volta a minha dignidade, a minha paz e o lugar onde o bem e o mal são contrários, onde o mocinho luta com o bandido e o único medo é de quem infringe, de quem rouba e mata. Quero de volta a lei e a ordem.
Quero liberdade com segurança.
Quero tirar as grades da minha janela para tocar as flores.
Quero sentar na calçada, e minha porta aberta nas noites de verão.
Quero a honestidade como motivo de orgulho.
Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olho no olho.
Quero a vergonha, a solidariedade e a certeza do futuro.
Quero a esperança, a alegria.
Eu quero ser gente e não peça de um jogo manipulado por TV a cabo.
Eu quero a notícia boa, a descoberta da vacina, a plantação do arroz.
Eu quero ver os colonos na terra, as crianças no colégio, os jovens divertindo-se, os velhinhos contando histórias.
Eu quero um emprego decente, um salário condizente, uma oportunidade a mais.
Uma casa para todos, comida na mesa, saúde a mil.
Quero livros e cachorros e sapatos e água limpa.
Não quero listas de animais em extinção.
Não quero clone de gente, quero cópia das letras de música.
Eu quero voltar a ser feliz!
Quero dizer basta a esta inversão de valores e ideais.
Quero mandar calar a boca de quem diz "a nível de":
"neste país",
"enquanto pessoa",
"eles tem que",
"é preciso que".
Quero xingar quem joga lixo na rua, quem fura a fila, quem rouba um lápis, quem ultrapassa a faixa, quem não usa cinto, quem não paga as suas contas, quem não dignifica meu voto.
Quero rir de quem acha que precisa de silicone, lipoaspiração, implante, dieta, cirurgia plástica, carro zero e quem sabe até um importado, laptop, bolsa XYZ, calça ZYX para se sentir inserido no contexto ou ser "normal".
Abaixo a ditadura do "tem que", as receitas de bolo para viver melhor, as técnicas para pensar, falar, sentir!
Abaixo o especialista, o sabe-tudo rodeado de microfone s e câmeras!
Abaixo o "TER", viva o "SER"!
E viva o retorno da verdadeira vida, simples como uma gota de chuva, limpa como um céu de abril, leve como a brisa da manhã!
E definitivamente comum, como eu... ADORO MEU MUNDO SIMPLES, COMUM E HUMILDE.
(Autor Desconhecido)
Quando criança, ladrões tinham a aparência de ladrões e nossa única preocupação em relação à segurança era a de que os "lanterninhas" dos cinemas nos expulsassem devido às batidas com os pés no chão quando uma determinada música era tocada no início dos filmes, nas matinês de domingo.
Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas, dignas de respeito e consideração.
Quanto mais próximos, e/ou mais velhos, mais afeto.
Inimaginável responder deseducadamente a policiais, mestres, aos mais idosos, autoridades. Confiávamos nos adultos porque todos eram pais/mães de todas as crianças da rua, do bairro, da cidade.
Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, de filmes de terror.
Ouvindo hoje o Jornal da noite, deu-me uma tristeza infinita por tudo que perdemos. Por tudo o que meu filho precisa temer.
Pelo medo no olhar de crianças, jovens, velhos e adultos. Matar os pais, os avós, violentar crianças, seqüestrar jovens, roubar, enganar, passar a perna, tudo virou banalidades de notícias policiais, esquecidas após o primeiro intervalo comercial.
Agentes de trânsito multando infratores são exploradores, funcionários de indústrias de multas. Policiais em blitz são abuso de autoridade.
Regalias em presídios são matéria votada em reuniões.
Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos.
Não levar vantagem é ser otário.
Pagar dívidas em dia é bancar o bobo, anistia para os caloteiros de plantão.
Ladrões de terno e gravata, assassinos com cara de anjo, pedófilos de cabelos brancos.
O que aconteceu conosco?
Professores surrados em salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas portas e janelas. Crianças morrendo de fome, gente com fome de morte.
Que valores são esses?
Carros que valem mais que abraço, filhos querendo-os como brindes por passar de ano.
Celulares nas mochilas dos que recém largaram as fraldas.
TV, DVD, telefone, vídeo game, o que vai querer em troca desse abraço, meu filho?
Mais vale um Armani do que um diploma. Mais vale um telão do que um papo.
Mais vale um baseado do que um sorvete. Mais vale dois vinténs do que um gosto.
Que lares são esses?
Bom dia, boa noite, até mais. Jovens ausentes, pais ausentes, droga presente e o presente uma droga. O que é aquilo? Uma árvore, uma galinha, uma estrela.
Quando foi que tudo sumiu ou virou ridículo?
Quando foi que senti amor pela última vez?
Quando foi que esqueci o nome do meu vizinho? Quando foi que olhei nos olhos de quem me pede roupa, comida, calçado sem sentir medo?
Quando foi que fechei a janela do meu carro? Quando foi que me fechei?
Quero de volta a minha dignidade, a minha paz e o lugar onde o bem e o mal são contrários, onde o mocinho luta com o bandido e o único medo é de quem infringe, de quem rouba e mata. Quero de volta a lei e a ordem.
Quero liberdade com segurança.
Quero tirar as grades da minha janela para tocar as flores.
Quero sentar na calçada, e minha porta aberta nas noites de verão.
Quero a honestidade como motivo de orgulho.
Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olho no olho.
Quero a vergonha, a solidariedade e a certeza do futuro.
Quero a esperança, a alegria.
Eu quero ser gente e não peça de um jogo manipulado por TV a cabo.
Eu quero a notícia boa, a descoberta da vacina, a plantação do arroz.
Eu quero ver os colonos na terra, as crianças no colégio, os jovens divertindo-se, os velhinhos contando histórias.
Eu quero um emprego decente, um salário condizente, uma oportunidade a mais.
Uma casa para todos, comida na mesa, saúde a mil.
Quero livros e cachorros e sapatos e água limpa.
Não quero listas de animais em extinção.
Não quero clone de gente, quero cópia das letras de música.
Eu quero voltar a ser feliz!
Quero dizer basta a esta inversão de valores e ideais.
Quero mandar calar a boca de quem diz "a nível de":
"neste país",
"enquanto pessoa",
"eles tem que",
"é preciso que".
Quero xingar quem joga lixo na rua, quem fura a fila, quem rouba um lápis, quem ultrapassa a faixa, quem não usa cinto, quem não paga as suas contas, quem não dignifica meu voto.
Quero rir de quem acha que precisa de silicone, lipoaspiração, implante, dieta, cirurgia plástica, carro zero e quem sabe até um importado, laptop, bolsa XYZ, calça ZYX para se sentir inserido no contexto ou ser "normal".
Abaixo a ditadura do "tem que", as receitas de bolo para viver melhor, as técnicas para pensar, falar, sentir!
Abaixo o especialista, o sabe-tudo rodeado de microfone s e câmeras!
Abaixo o "TER", viva o "SER"!
E viva o retorno da verdadeira vida, simples como uma gota de chuva, limpa como um céu de abril, leve como a brisa da manhã!
E definitivamente comum, como eu... ADORO MEU MUNDO SIMPLES, COMUM E HUMILDE.
(Autor Desconhecido)
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