quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Se consegues...




Se consegues...

"Se consegues começar o teu dia sem cafeína,

Se consegues terminá-lo sem sedativos para dormir,

Se consegues estar de bom humor, sabendo ignorar os teus males e as tuas dores,

Se consegues nunca te queixar nem aborrecer os outros com os teus problemas,

Se consegues compreender quando os que te amam estão ocupados demais para te dispensar o seu tempo,

Se consegues aceitar que te censurem por uma falta que não cometeste,

Se consegues acreditar que cuidarão de ti até ao fim da tua vida,

Se consegues aceitar todas as críticas sem nunca te insurgires,

Se consegues suportar a grosseria de certas pessoas sem nunca as corrigir,

Se consegues enfrentar a vida sem nunca mentir ou falsear,

Se consegues descontrair sem nunca tomar uma gota de álcool,

Se consegues dizer muito honestamente, do fundo do teu coração, que não tens qualquer preconceito contra os idosos, as raças diferentes, outras religiões ou orientações sexuais,

Se consegues comer a mesma comida todos os dias e continuar feliz,

Se consegues amar sem condições sem esperar nada em troca...

Então, meu amigo(a), és QUASE tão perfeito(a) como o teu CÃO."

Não vos afadigueis pela posse do ouro (O Evangelho Segundo o Espiritismo)




9. Não vos afadigueis por possuir ouro, ou prata, ou qualquer outra moeda em vossos bolsos. - Não prepareis saco para a viagem, nem dois fatos, nem calçados, nem cajados, porquanto aquele que trabalha merece sustentado.

10. Ao entrardes em qualquer cidade ou aldeia, procurai saber quem é digno de vos hospedar e ficai na sua casa até que partais de novo. - Entrando na casa, saudai-a assim: Que a paz seja nesta casa. Se a casa for digna disso, a vossa paz virá sobre ela; se não o for, a vossa paz voltará para vós. Quando alguém não vos queira receber, nem escutar, sacudi, ao sairdes dessa casa ou cidade, a poeira dos vossos pés. - Digo-vos, em verdade: no dia do juízo, Sodoma e Gomorra serão tratadas menos rigorosamente do que essa cidade. (S. MATEUS, cap. X, vv. 9 a 15.)

11. Naquela época, nada tinham de estranhável essas palavras que Jesus dirigiu a seus apóstolos, quando os mandou, pela primeira vez, anunciar a boa-nova. Estavam de acordo com os costumes patriarcais do Oriente, onde o viajor encontrava sempre acolhida na tenda. Mas, então, os viajantes eram raros. Entre os povos modernos, o desenvolvimento da circulação houve de criar costumes novos. Os dos tempos antigos somente se conservam em países longínquos, onde ainda não penetrou o grande movimento. Se Jesus voltasse hoje, já não poderia dizer a seus aposto-los: "Ponde-vos a caminho sem provisões."

A par do sentido próprio, essas palavras guardam um sentido moral muito profundo. Proferindo-as, ensinava Jesus a seus discípulos que confiassem na Providência. Ao demais, eles, nada tendo, não despertariam a cobiça nos que os recebessem. Era um meio de distinguirem dos egoístas os caridosos. Por isso foi que lhes disse: "Procurai saber quem é digno de vos hospedar" ou: quem é bastante humano para agasalhar o viajante que não tem com que pagar, porquanto esses são dignos de escutar as vossas palavras; pela caridade deles é que os reconhecereis.

Quanto aos que não os quisessem receber, nem ouvir, recomendou ele porventura aos apóstolos que os amaldiçoassem, que se lhes impusessem, que usassem de violência e de constrangimento para os converterem? Não; mandou, pura e simplesmente, que se fossem embora, à procura de pessoas de boa vontade.

O mesmo diz hoje o Espiritismo a seus adeptos: não violenteis nenhuma consciência; a ninguém forceis para que deixe a sua crença, a fim de adotar a vossa; não anatematizeis os que não pensem como vós; acolhei os que venham ter convosco e deixai tranqüilos os que vos repelem. Lembrai-vos das palavras do Cristo. Outrora, o céu era tomado com violência; hoje o é pela brandura. (Cap. IV, nº 10 e 11.)

Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. XXV, Nº 09, 10 e 11

sábado, 25 de setembro de 2010

Entrevista com Renato Prieto (Fonte: Revista Cristã de Espiritismo)





Como foi a preparação para interpretar o André Luiz?

Eu fui submetido a todo o tipo de experimentação para apresentar um resultado plausível do que eles queriam dizer através do personagem André Luiz. Eu cheguei a emagrecer quase 17 quilos e ao mesmo tempo eu fazia um trabalho de 6 a 8 horas por dia de experimentação de textos, comportamento. O Wagner sempre assistia, dava opiniões, não foi fácil, eu tive que passar por uma série de perdas, sofrimentos, modificações. Eu tive que mudar a minha visão interna para ver o mundo através dos olhos dele. Então eu fiquei mais quieto e observador. Foi um período que eu não quis ter muito contato com o externo, com pessoas que me trariam todos os comportamentos do cotidiano, mas sempre muito feliz. Eu estava onde a vida tinha me levado, ao lado de pessoas que estavam me ajudando a chegar no meu objetivo, com todos incentivando e colaborando, mas eu sabia que a maior parte desse sacrifício dependia de mim.”


Você já tinha pensado em interpretar o André Luiz?

Eu já tenho um projeto de vida, de gostar do assunto. Eu acredito em tudo o que é abordado dentro da temática. Das coisas que eu fiz em teatro, esse foi o único personagem que eu nunca quis fazer. E podia fazer. Em muitos casos eu tive o direito da escolha e com a exceção de uma cena que é psicografada pelo Chico Xavier, nunca foi um personagem que eu quisesse fazer e hoje eu acho que eu entendo melhor isso. Se eu tivesse feito o personagem André Luiz em algum outro trabalho, em teatro, vídeo, talvez eu tivesse me impregnado de informações que eu teria que me descasar delas. Eu achei ótimo que tenha sido eu o escolhido, mas eu tive que ralar para isso, ralei muito.”


Como foi a construção do personagem junto à equipe?

Eu acho que essa construção partiu de todas as conversas que eu tinha com o Wagner de Assis e o que ele queria dizer e conversar com os treinadores.

Eu acho que a construção do personagem partiu do meu corpo que foi modelado a imagem e semelhança de um personagem que não tem nada a ver comigo e que cada um, desde o próprio André Luiz que contou essa história através da mediunidade de Chico Xavier até o Wagner junto com a Vivian Perl que foram modificando o texto e fazendo novos tratamentos, mas principalmente ao Wagner, com quem eu mantinha contato o tempo todo.

Eu deixei que meu corpo pudesse ser modelado para chegar àquela imagem, que depois, junto com o Vavá Torres que fez todo o trabalho de transformação, chegasse àquele resultado físico e artístico que eles queriam. Se a gente conseguiu isso, então conseguimos chegar em algum lugar.“


Quem é o André Luiz e como ele foi para o Nosso Lar?

O André Luiz é pseudônimo de um médico que, nos anos 20 e 30, foi famoso no Rio de Janeiro. Respeitado, ele tinha todos os conhecimentos de medicina, se preparou. De repente, ele, médico, casado, feliz, descobre que está com uma doença incurável e morre. Quando ele morre, exatamente por esse descompromisso de não observar o que acontecia à volta dele acaba perdido numa zona que, na espiritualidade, a gente chama de Umbral - uma região onde os espíritos de uma certa ignorância moral ficam para resgatar esses erros. Até um momento em que ele não suporta mais o que está passando e pede ajuda. Quando o trabalhador está pronto, o trabalho aparece: ele pediu ajuda e a ajuda veio.

O livre arbítrio é respeitado em qualquer circunstância; desta forma, o dele foi respeitado. Enquanto ele preferiu ficar na escuridão, ficou. Então ele é resgatado e levado para uma colônia espiritual chamada Nosso Lar, onde fica um período no hospital em tratamento, se recuperando. Mesmo voltando à sua imagem e semelhança, ele não deixa de ser um pouco arrogante, questiona, não quer falar com enfermeiros, quer falar com superiores. Até que ele percebe que, ou bota a mão na massa e vai aprender ou vai ficar estagnado, este é o livre arbítrio dele. Ele decide por a mão na massa.”


Como foi a jornada de aprendizado do personagem?

Uma vez recuperado no Nosso Lar, ele começa a buscar caminhos de aprendizado. Como medicina é o que ele conhece, vai buscar trabalhos com a enfermeira Narcisa, interpretada pela Inez Viana, que mostra que a medicina ali é diferente.

Ele começa a observar e a colocar em prática uma mistura dos conhecimentos que tinha na Terra com os espirituais. A partir daí, começa a crescer, até poder estar com a família. Ele reencontra a família e vê que a mulher está com outro, e isso o deixa muito revoltado. Ele quase tem uma retomada ao umbral, tal estado de energia que ele se coloca. Mas, ele exerce o perdão e começa a crescer espiritualmente, pois coloca os conhecimentos dele a serviço dos outros, passa a olhar para todos os lados, e isso faz com que o André Luiz esteja hoje em uma condição espiritual muito grande.

A trajetória dele é mais ou menos essa: a morte, a incapacidade de se curar, a vida na espiritualidade, o resgate de si próprio, o crescimento espiritual e até fazer sua caminhada em busca da luz e colocar seu conhecimento a serviço de todos.”


Qual é a sua relação com a história de Nosso Lar?

Este filme é a resposta de tudo que eu acredito. Eu nasci acreditando em tudo aquilo que está ali. Eu cresci sem que tivesse nenhuma informação a respeito disso, no entanto, aquilo ali para mim sempre foi muito real, sem que alguém me dissesse ou eu lesse.

Nosso Lar, a colônia, ou as histórias parecidas à do Nosso Lar, são o resultado de tudo o que eu sempre acreditei, hoje acredito muito mais e assim vou continuar por toda a eternidade.”


E como você acha que o público vai entender esse filme?

Cada um de nós fez o trabalho para que o público possa ter essa certeza de que é possível fazer de sua vida melhor, que a dor só chega se o amor não chega antes. São muitos os ensinamentos que vão ajudar a cada um de nós a dar um salto adiante.

Espero que, quando alguém quiser colaborar de alguma forma para o crescimento de um próximo, dê de presente o filme Nosso Lar, com a intenção que este outro faça de sua vida melhor.”


Fonte: http://www.rcespiritismo.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=786&Itemid=25

Vidas Sucessivas (Chico Xavier | Emmanuel)



"Não te maravilhes de te haver dito: Necessário vos é nascer de novo." Jesus. (JOÃO, 3:7.)

A palavra de Jesus a Nicodemos foi suficientemente clara.

Desviá-la para interpretações descabidas pode ser compreensível no sacerdócio organizado, atento às injunções da luta humana, mas nunca nos espíritos amantes da verdade legítima.

A reencarnação é lei universal.

Sem ela, a existência terrena representaria turbilhão de desordem e injustiça; à luz de seus esclarecimentos, entendemos todos os fenômenos dolorosos do caminho.

O homem ainda não percebeu toda a extensão da misericórdia divina, nos processos de resgate e reajustamento.

Entre os homens, o criminoso é enviado a penas cruéis, seja pela condenação à morte ou aos sofrimentos prolongados.

A Providência, todavia, corrige, amando... Não encaminha os réus a prisões infectas e úmidas. Determina somente que os comparsas de dramas nefastos troquem a vestimenta carnal e voltem ao palco da atividade humana, de modo a se redimirem, uns à frente dos outros.

Para a Sabedoria Magnânima nem sempre o que errou é um celerado, como nem sempre a vítima é pura e sincera. Deus não vê apenas a maldade que surge à superfície do escândalo; conhece o mecanismo sombrio de todas as circunstâncias que provocaram um crime.

O algoz integral como a vítima integral são desconhecidos do homem; o Pai, contudo, identifica as necessidades de seus filhos e reúne-os, periodicamente, pelos laços de sangue ou na rede dos compromissos edificantes, a fim de que aprendam a lei do amor, entre as dificuldades e as dores do destino, com a bênção de temporário esquecimento.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminho, Verdade e Vida. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 16 edição. Lição 110. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Seja Forte (Nick Vujicic)

A Última Pedra (Roberto Shinyashiki)




Existem pessoas que não prestam atenção no que fazem e depois passam a vida inteira arrependidas pelo que não fizeram, mas poderiam ter feito, e se martirizam por seus erros.
Gosto de uma música que Frank Sinatra costumava cantar, My way. O curioso é que só fui prestar atenção na letra dessa canção quando escrevia este texto. Ela diz mais ou menos assim: "Se eu acertei ou se errei, fiz isso da minha maneira".

Quando olho para trás, percebo que fiz muitas bobagens. Acertei bastante, mas também errei bastante. Quando olho para diante, tenho certeza de que vou acertar e errar bastante também. É impossível acertar sempre. Mas o importante é que não gastemos nosso tempo nem nossa energia nos torturando. A autocrítica pelo que não deu certo, além de ser nociva para a saúde, faz que a gente perca os passarinhos que a vida nos oferece no presente.

Um dia destes, um dos meus filhos me perguntou por que eu tomei determinada decisão estúpida tempos atrás. Respondi que me arrependia do que tinha feito, mas expliquei que, naquele momento, minha atitude me parecia lógica. Se eu tivesse o conhecimento e a maturidade de hoje, certamente a decisão seria diferente.

Por isso é que lhe digo: não se torture por algo que não deu certo no passado.
Talvez você tenha escolhido a pessoa errada para casar.
Talvez tenha saído da melhor empresa onde poderia trabalhar.
Talvez tenha mandado uma filha grávida embora de casa.
Não importa o que você fez, não se torture.
Apenas perceba o que é possível fazer para consertar essa situação e faça.
Se você sente culpa, perdoe-se.
E, principalmente, compreenda que agiu assim porque, na ocasião, era o que achava melhor fazer.

Há uma história de que gosto muito: um pescador chegou à praia de madrugada para o trabalho e encontrou um saquinho cheio de pedras. Ainda no escuro começou a jogar as pedras no mar. Enquanto fazia isso, o dia foi clareando até que, ao se preparar para jogar a última pedra, percebeu que era preciosa!
Ficou arrependido e comentou o incidente com um amigo que lhe disse:
– Realmente, seria melhor se você prestasse mais atenção no que faz, mas ainda bem que sobrou a última pedra!

Existem pessoas que não prestam atenção no que fazem e depois passam a vida inteira arrependidas pelo que não fizeram, mas poderiam ter feito, e se martirizam por seus erros. Se você está agindo assim, deixo-lhe uma mensagem especial: não gaste seu tempo com remorsos nem arrependimentos. Reconheça o erro que cometeu, peça desculpas e continue sua vida.

Você ainda tem muitas pedras preciosas no coração: muitos momentos lindos para viver e muitos erros para cometer.

Aproveite as oportunidades e curta plenamente a vida.

Curta os passarinhos. Eles são os presentes do universo para você!

Autor: Roberto Shinyashiki

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Canção na Plenitude (Lya Luft)




Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.

O texto acima foi extraído do livro "Secreta Mirada", Editora Mandarim - São Paulo, 1997, pág. 151.

sábado, 18 de setembro de 2010

O Anúncio (Olavo Bilac)




O dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua:

- Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Será que o senhor poderia redigir o anúncio para o jornal? Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu.

"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda."

Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.

- Nem penso mais nisso - disse-lhe o homem. - Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha!

Às vezes, não descobrimos as coisas boas que temos conosco e vamos longe atrás de miragens e falsos tesouros. Valorize o que você tem, a pessoa que está ao seu lado, os amigos que estão perto de você, o emprego, o conhecimento que você adquiriu, a sua saúde, o sorriso, enfim tudo aquilo que nosso a vida nos proporciona diariamente para o nosso crescimento espiritual.

Olavo Bilac

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Idade e a Mudança (Lya Luft)


Mês passado participei de um evento sobre as mulheres no mundo contemporâneo. Era um bate-papo com uma platéia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades.

E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.

Foi um momento inesquecível... A platéia inteira fez um 'oooohh' de descrédito.

Aí fiquei pensando: 'pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?'

Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'. Estão todos em busca da reversão do tempo. Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas. Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada. A fonte da juventude chama-se "mudança".

De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora. A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas. Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos.

Mudança, o que vem a ser tal coisa? Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho. Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.

Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos. Rejuvenesceu.

Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol. Rejuvenesceu.

Toda mudança cobra um alto preço emocional. Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza. Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.

Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna. Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho.

Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.Justificar
Olhe-se no espelho...

Autoria : Lya Luft

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Efeitos Físicos e o Espiritismo

Reencarnação

Divaldo Franco - O Perdão e o Autoperdão Partes I, II e III (Só Som)

Divaldo Franco - O Perdão e o Autoperdão - Parte I (Só Som)




Divaldo Franco - O Perdão e o Autoperdão - Parte II (Só Som)




Divaldo Franco - O Perdão e o Autoperdão - Parte III (Só Som)

Divaldo Franco - Alegria de Viver - Partes I e II (Só Som)

Divaldo Franco - Alegria de Viver - Parte I (Só Som)



Divaldo Franco - Alegria de Viver - Parte II (Só Som)

O Espiritismo de Kardec aos dias de hoje (6 Partes)

O Espiritismo de Kardec aos dias de hoje - 1ª Parte




O Espiritismo de Kardec aos dias de hoje - 2ª Parte




O Espiritismo de Kardec aos dias de hoje - 3ª Parte




O Espiritismode Kardec aos dias de hoje - 4ª Parte




O Espiritismo de Kardec aos dias de hoje - 5ª Parte




O Espiritismo de Kardec aos dias de hoje - 6ª Parte

Porque me tornei Espírita (Renato Prieto)




Porque me tornei Espírita
Depoimento – Livro porque me tornei espírita – Renato Prieto

Você não imagina o que se vê de estranho quando se representa a peça “Além da vida”

Os carros se enfileiravam na entrada do Sesc (Serviços Social do Comércio) no bairro de Madureira, cidade do Rio de Janeiro. No interior do prédio, a pessoas se acumulavam à porta do teatro. A temperatura estava com a indefinição de quando não sabemos se tiramos ou se deixamos o pulover no corpo. Porém, havia certa ansiedade quente o pairando no ar, pois já estava quase na hora de começar a apresentação da peça “Além da vida”, baseada no livro homônimo psicografado por Francisco Cândido Xavier. Positivamente, havia uma agitação diferente, algumas pessoas com mediunidade mais avançada já haviam identificado espíritos ao derredor, outras mais sensíveis foram capazes de vê-los e ouvi-los. Dava a impressão de que alguma coisa iria acontecer… Ao soar o toque de entrada, o público tomou a platéia e, pouco depois, seguiu-se o primeiro ato do espetáculo espírita.

O ator Renato Prieto, antes mesmo de entrar em cena, sentiu no vazio as energias estranhas que logo identificou serem emanadas de espíritos, ocupando todos os lugares, nos camarins, no palco, na entrada do teatro… determinados em assistir ao desenrolar da peça. Embora estivesse concentradíssimo em seu personagem para melhor defender sua atuação, o ator percebeu também as vibrações do conjunto do público, como uma brisa cálida invadindo as dependências da casa de espetáculos. Artista experiente, não tivera antes a mesma sensação em outros trabalhos de tema espiritual.

Renato procurava não se desconcentrar, ainda mais que já havia muito era espírita e tinha perfeitos conhecimentos dos fenômenos dos quais se via cercado. No entanto, ao percorrer os ambientes, via estranhas luzes surgirem à sua frente. Eram diminutos raios de luz perdurando curto espaço de tempo, como estrelas cadentes; eram pontos luminosos que não iam além do tamanho de uma moeda, pipocando bem diante dele, nos corredores do teatro, no palco, em todos os lugares; sombras a lhe rasparem o canto da visão, para quando houvessem seduzido seu olhar já logo desaparecer, sem se deixar ver de chapa, a olhos cheios. Porém, ainda mais impressionante era o que se passava com ele na coxia (pequeno corredor atrás do cenário), ao transitar de um lado para outro por exigência das novas cenas. Nessa passagem, de vez em quando, ele literalmente esbarrava com espíritos, quer dizer, sentia como se houvesse dado encontrões com almas do outro mundo.

Como se costuma explicar, esses seres desencarnados, embora estejam em outro plano, vibram em freqüência mais baixa e tornam-se mais densos e por essa razão, ficam mais propícios à tangibilidade. De início, Renato Prieto pensou tratar-se de algum colega e inadvertidamente vinha em direção contrária, pois, na correria de lado a outro da coxia, nem sempre se podia divisar um corpo fundido na massa escura. Porém, rápido se dava conta de estar absolutamente sozinho! Em outras ocasiões, Renato Prieto me afirmou categoricamente que teve a aflitiva experiência de trespassar espíritos. Sim, exatamente isso, por mais incrível que possa parecer! Ele se via varando uma espécie de campo magnético, numa sensação realmente indescritível, por não encontrar paralelo em sua vida.

Contudo, Renato Prieto já estava bastante acostumado com todos esses fantásticos fenômenos. Afinal, ele convivia com eles desde o início das apresentações do Além da vida, isso havia mais de dez anos. Chegava mesmo a levar a coisa de forma muito natural, como era de seu estilo. Já passava e ia pedindo desculpas em quem esbarrasse, fosse colega de trabalho, fosse espírito desencarnado. Quem o surpreendesse nesse momento certamente o consideraria louco, correndo pela coxia pedindo desculpas no escuro, sem haver ninguém ao seu lado!

Enfim, tais envolvimentos espirituais, que fariam qualquer um sentir frio na espinha, já não o alteravam mais. Ele continuava compenetrado em sua atuação até o espetáculo chegar aos instantes finais. Mais uma vez, ele deixou o palco preparando-se para voltar na última cena, ao lado de todos os outros atores. Aí, parado em algum canto da coxia, seus olhos se perderam numa fresta de luz foragida do palco, e seus pensamentos o levaram para longe dali. Talvez pensasse em seus primeiros contatos com o plano espiritual.

Normal. Foi exatamente esta a palavra usada por ele para definir como o Espiritismo entrou em sua vida, de uma forma normal. Não deixa de ser até um pouco engraçado observar que alguém procura esta Doutrina com a naturalidade de quem abre a gela­deira a fim de achar algo para comer, enquanto outros se vêem praticamente arrastados a ela. E isso fica muito claro aqui, nos depoimentos deste livro, como em tantos casos mais que se nos deparam em nossa vida. 0 ator, e também diretor de teatro, Renato Prieto, faz parte do reduzidíssimo grupo de pessoas que, ao mínimo contato, já se vincula à prática espiritual de forma segura e sem as oscilações provocadas pela cisma em relação aos conceitos.

E, ao pisar pela primeira vez em um Centro Espírita, ele já encarou a reunião dessa maneira normal a que se referia. Contava com dez ou onze anos, quando uma amiga o levou para assistir aos trabalhos em comunhão com o plano oculto. Ficou tranqüilo como se desde o colo houvesse acompanhado a mãe em rodas espíritas. Mas, não, nunca havia pisado em locais como aquele e, no entanto, não atribuía nenhum corte divisório, rígido ou mesmo drástico, entre o mundo material e o plano dos espíritos desencarnados. Considerava-os como um só, coerentemente um só, apenas em dimensões diferentes. Mas o fato de ele julgar como perfeitamente naturais essas ocorrências, vistas pela maioria das pessoas como esdrúxulas e ameaçadoras, não diminuiu seu entusiasmo de conhecê-as mais profundamente. E, assim, com sua fé inata, acrescida de sua enorme curiosidade, o pequeno Renato se interessava por todas as coisas de natureza mística. Era Centro Espírita, era terreiro de umbanda, de candomblé e mais o que aparecesse. Realmente, não tinha nenhum preconceito.

Quando chegou aos 20 anos, porém, iria começar a definir sua linha de trabalho espiritual por meio de um fato um tanto quanto intrigante ‑ o primeiro de uma série que o iria envolver nos poderes do mundo invisível. Já na época, ele era um ator profissional e morava num apartamento no Rio de Janeiro. Estava para pegar sua mala mal descansada, pois faria mais uma viagern ao interior do estado, com o objetivo de atuar numa peça teatral em temporada de quatro dias. Antes, porém, resolveu depositar o lixo de sua residência na lixeira de seu andar. Era um pequeno cômodo que possuía ao fundo uma gaveta de bom tamanho, onde se entulhavam as sobras dos domicílios e onde exatamente Renato se deparou com dois livros dispensados pelo vizinho. Como ele era um leitor voraz, não se incomodou de tirá-los do meio do lixo para ler seus títulos. Eram, na verdade, dois livros espíritas, ambos psicografados pelo maior médium brasileiro, Francisco Cândido Xavier. Tratava-se das obras “E a vida continua” e “No mundo maior”.

0 achado foi verdadeiramente providencial, pois Renato dispôs de muito tempo vago em sua viagem, aproveitando-se do retiro interiorano para ler com tranqüilidade. Nos momentos em que o deixavam esquecido no quarto, longe dos palcos, ele devorou os dois livros. Que novos horizontes se lhe abriram naquelas páginas! Como eram interessantes em suas abordagens sobre os dois mundos, o espiritual e o material, e o constante mecanismo de interação entre eles! Impressionado, considerou as explicações dessas duas obras cheias, construídas com uma lógica admirável e perturbadoramente perfeita, de um bom senso sem igual, conectadas com tudo aquilo em que ele acreditava, como se fossem a liga de suas convicções num todo coerente, sem deixar nenhuma lacuna ou dúvida em suspenso. Renato sentia-se agitar dentro dos limites do seu corpo, Os livros produziram nele o efeito daquelas verdades que nos impõem uma queda dentro de nós mesmos, causando-nos momentâneo desequilíbrio vertiginoso.

“Uma coincidência e depois outra, o plano oculto tecia lentamente meu destino”

Ao voltar ao Rio de Janeiro, o ator estava irrequieto e, em sua cabeça, fervilhavam dúvidas. Como se fosse enleado em uma trama do plano invisível (e não era?), nessa cidade, o destino iria sinalizar para ele novos contatos com a espiritualidade, como um farol em mar aberto. Quando se dirigia à sua casa, ouviu de passagem alguém pronunciar as palavras “Allan Kardec” em meio a uma frase perdida. E o estranho nome, embora já o tivesse ouvido em outras ocasiões, permaneceu fortemente gravado, batendo em sua memória. Allan Kardec, Allan Kardec, Allan Kardec… Ora, por que cargas d’água se apegava em tal pensamento? Ele se perguntava. Mas logo receberia a surpreendente resposta. De volta à rotina de seu apartamento, Renato Prieto sentou-se no sofá defronte à estante dos livros, quando seus olhos perscrutadores se incomodaram com algo destoante do conjunto. Um dos livros alinhados estava encapado com papel de pão… Papel de pão? Ele ficou inquieto, pois todos eles lhe pertenciam e não se lembrava de ter um livro encapado daquela maneira. Ao desprensá-lo da estante, ele levou um baque ao ler o título inscrito na primeira página, como se ela houvesse se aproximado e recuado em direção ao seu rosto numa fração de segundos. Era o Livro dos Espíritos, escrito pelo erudito francês Allan Kardec.

Foi amor à primeira lida. Renato Prieto encontrou na obra soluções para suas dúvidas essenciais quanto à razão da existência do homem, verificando coincidirem muitas crenças pessoais com as orientações encontradas na obra. Muitas de suas convicções eram, portanto, reiteradas pela Doutrina Espírita e isso o fazia sentir-se mais amparado, qual o andarilho do deserto que vê subitamente as areias palmilhadas. E, a partir daí, ele leu toda a obra da chamada Codificação Espírita do mesmo autor, bem como outras sobre a mesma matéria, em sua maioria psicografada por grandes médiuns, como Chico Xavier. Contudo, ainda não havia sido explicado como 0 Livro dos Espíritos tinha parado em sua estante. “Será que os espíritos materializaram esta obra aqui, em meu apartamento?” questionava-se o ator, intrigadíssimo. No entanto, a explicação era um pouco mais simples, embora não se possa justificar o estranho fato de aparecer justamente quando o nome de Kardec andava raspando no fluxo de seus pensamentos. 0 livro fora esquecido por uma amiga do ator, uma jornalista. E Renato soube disso porque ela, três ou quatro meses depois, ligou para saber se havia esquecido a obra quando lhe fizera uma visita. De fato, havia. Mas o ator não reparou no objeto, já que sua faxineira encontrou o livro primeiro e o guardou na estante.

Diferentemente de outras pessoas, Renato Prieto apurava os sentidos para esses pequenos, mas significativos, sinais. Ele compreendia que, de alguma forma, lhe era oferecido um caminho ou um sentido para sua existência, o qual ele não se negava a seguir; como fiel cavaleiro, se ajoelhava diante de seu destino ‑ movido, é claro, por sua vontade, única e exclusivamente. Para ele, os espectros da espiritualidade eram apenas uma cortina que separava os homens de um mundo melhor. E estava disposto a conhecer a vida detrás da cortina.

Assim, continuamente movido por singular força interior ‑ uma alegria suave, embora um pouco ansiada, como sentimos quando estamos próximos de desembarcar em um país desconhecido e muito atraente ele não deixou de se aprofundar mais e mais no assunto, procurando vivenciar novas experiências com os trabalhos espirituais, bem como com pessoas a eles ligadas.

Foi assim que, por meio de uma dessas pessoas, outra vez ele viu fecharem à sua volta novas ocorrências que o levariam definitiva e extraordinariamente ao contato maior com a espiritual idade, fazendo-no sentir as passagens de sua vida como contas tecidas por um único fio. Um amigo do ator e pai-de-santo (como se denominam os sacerdotes de certos cultos afro-brasileiros), conhecido por seus trabalhos em terreiro de candomblé, havia convidado o ator a participar de uma festa em sua casa. Era uma homenagem a um dos integrantes do Centro que, em linhas gerais, passou por uma das etapas iniciais do ritual, uma espécie de batismo.

Desse modo, as pessoas iam chegando à reunião e, para surpresa daqueles que julgam serem tais trabalhos apenas freqüentados por indivíduos simples e pouco esclarecidos, logo se viam pessoas de excelente nível sócio-cultural, bem como personalidades reconhecidas pela fama. Sentado respeitosamente em seu lugar, Renato Prieto movia seus olhos atentos para toda aquela gente, pensando que a maioria participava dos trabalhos de candomblé e, no entanto, pessoas absolutamente normais. Imaginava-as em meio ao culto, cobertas por todos aqueles penduricalhos acompanhavam tais roupas, como os colares de contas coloridas e mais toda aquela indumentária de origem marcadamente africana. Imaginava os médiuns trans­figurados nas entidades a quem se deixariam conduzir para efeito dos trabalhos. Homens curvados sobre simples banquinhos dando cachimbadas caprichosas seus “pitos” rudimentares: os pretos-velhos; outros, empeitados e empertigados, fazendo poses marciais e subservientemente a postos: bugres; outros, ainda, untados como índios, com fisionomia severa e um tocado assustadora, fumando seus grossos charutos, e braços cruzados: as entidades de comando, os chefes de linha. E, lembrava o ator, as personalidades que havia conhecido, pessoas céticas que anteriormente menosprezavam tais cultos, encontravam-se rodopiando como piões em meio ao terreiro, ou prostradas devido às poderosíssimas forças do plano oculto. Como explica tudo isso? Crendice, auto-sugestão, pura força mental folclorizada pelo imaginário humano? Fosse qual fosse a explicação, não se podia negar que ali havia pessoas comuns, equilibradas, bastante sensatas. Algumas ocupando cargos profissionais de alta responsabilidade, sujeitos acostumados a tomar decisões que influenciavam a vida de dezenas, centenas, milhares até, de outros indivíduos. Estariam todos loucos? E quem teria respaldo o bastante para graduar a sanidade de alguém (metido em trabalhos espiritualistas) sem recair em presunção?

“O meu primeiro conflito com o Centro onde estou hoje foi incrível”

Desperto de seus pensamentos, Renato Prieto voltou a atenção à festa, quando foi abordado por alguém, uma mulher, um rosto familiar, uma amiga. Parada à sua frente, fazia-lhe de supetão uma estranha pergunta:

- 0 que você está fazendo aqui?!

- Vim assistir à festa.

Mas ela insistia com a mesma pergunta: “0 que está fazendo aqui?”, deixando-o sem compreender o sentido da indagação. “Já disse, vim assistir à festa!”, enquanto ela não parecia satisfeita com a resposta.

- Você tem cara de um lugar que eu conheço! – Disse ela, olhando no meio dos olhos dele, com um misterioso e significativo sorriso. Ele ainda sem entender bem o que ela queria dizer. – É isso, Renato. Eu conheço um Centro Kardecista que tem a sua cara!

De um instante, o ator compreendeu que a amiga julgava-o mais afinado, mais identificado, com a linha espírita codificada por Allan Kardec. Não era contrária às práticas religiosas do candomblé – caso contrário, não estaria na festa – mas sua intuição lhe dizia que seu amigo Renato se situaria melhor em trabalhos de âmbito kardecista. 0 ator ficou surpreso com as pressagiadas palavras da amiga, enquanto a ouvia falar brevemente do Centro Espírita que ela lhe recomendava. Explicava a localização do mesmo, situado na região central do Rio de Janeiro, na avenida Presidente Getúlio Vargas, realizado às quartas-feiras, às dezenove horas, e mais tais e tais indicações do local, enquanto Renato Prieto não tinha bem certo se iria se lembrar daquelas referências todas para achar o lugar. Em todo caso, a recomendação não lhe fugiu da cabeça.

Renato voltou para casa e ficou algum tempo meditando sobre o rumo que tomavam as coisas. De um momento, seu coração era assaltado por uma paridade de emoções. Por um lado, alegrava-se por a sensação de haver sempre alguém velando por s passos, pois, analisando com vagar, verificava que experiências por ele vividas se ligavam uma a uma, m todo coerente, como se houvesse por trás verdadeiros artífices ocultos a criá-las, embora estivessem bem disfarçadas com a casualidade (a casualidade, a artimanha de Deus). E essas experiências dão, sem faltas em rebarbas, aquilo que o espírito humano precisa pode assimilar num determinado momento de sua existência, em sua trajetória em direção ao aperfeiçoamento. Porém, ele, vislumbrando um sentido para a vida, vislumbrava um compromisso, uma vez que para seguir qualquer sentido é preciso esforço e responsabilidade; ou não seguir nada e viver à deriva, à mercê de ventos e correntezas.

Algum tempo se passou depois disso e Renato Prieto ainda não havia topado com o lugar indicado por sua amiga. 0 destino ainda não estava satisfeito e, efetivamente, viria com mais uma das suas.

Um dia, estava o ator entretido em fazer compras na região central do Rio de Janeiro, na rua Uruguaiana, mais precisamente, um tanto esquecido das horas, quando, dando por si, encontrou-se defronte à avenida Presidente Vargas. Seus olhos foram como que puxados para a visão de um grande relógio de rua, estampando altivo e judicioso as horas da entrada da noite: 18h30. “Ah”, pensou, “já é tarde e é péssimo voltar para casa a essa hora, do rush. Súbito, perpassou-lhe na tela mental a imagem de sua amiga, ao seu lado, na festa e se lembrou de estar a pouca distância do Centro por ela referido. “Você tem a cara de um lugar que eu conheço.”

Renato Prieto ficou atônito ao se dar conta de que era quarta-feira e muito próximo da hora da realização da reunião espírita. “E, Deus, eu estou aqui, do lado!”, pensou o ator, ainda mais estupefato ao atinar que havia se dirigido involuntariamente para a avenida Presidente Vargas, onde se localizava o Centro. “Não, tudo isso é incrível! Será que eles estão me … !” No entanto, não sabia ao certo se iria rememorar todo o desenho do percurso que a amiga lhe explicara tão minuciosamente. De fato, foram muitas as indicações e a avenida Presidente Vargas era enorme. Porém, ele não estava com ânimo para enfrentar o desgaste do tráfego a fim de voltar para casa. Resolveu, portanto, tentar ir até o Centro Kardecista. Mesmo porque, àquela altura, ele já estava curiosíssimo para conhecer o lugar o qual a amiga se apressava em considerar apropriado para ele.

Mas, coisa estranha, sua memória ia conseguindo recuperar uma e depois outra e, enfim, todas as referências. Tudo indicava mesmo que ali algo iria acontecer com ele. Não teve de serpentear muito pelas calçadas para se ver diante do prédio descrito pela amiga, o qual hospedava a reunião promovida pelos espíritas. Mas Renato, surpreso com o fato de o prédio ser de natureza comercial, chegou mesmo a desconfiar se havia acertado o trajeto. Porém, agora que o haviam estimulado, ele não queria voltar mais. Desejava conhecer o local, saber o que se destinava a fazer ao lado dos kardecistas, que tipo de mediunidade desenvolveria. Um pouco mais e deu de frente com o porteiro do prédio de quem recebeu orientação para chegar no Centro. Subiu até o quarto andar e, enfim, após atravessar um corredor imenso, achou a sala comercial número 409.”… a cara de um lugar que eu conheço!”

- Qual o seu problema? – Perguntou-lhe uma mulher à entrada do estabelecimento, ocupada em atender os visitantes.

Renato olhou para ela e, após hesitar um instante, afirmou não ter nenhum problema, observando que a resposta criou certa suspensão de assunto, levemente tensa, pois, de fato, era pouco comum uma pessoa procurar Centros Espíritas sem apresentar nenhum problema. Assim, apressou-se em explicar melhor a sua vinda.

- Tenho alguns questionamentos, algumas dúvidas, gostaria de conhecer melhor os trabalhos…

Mal podiam imaginar os dois que, a partir desse primeiro contato, se estabeleceriam fortes vínculos de afeição e amizade entre eles. Ela era uma radialista da rádio espírita Rio de Janeiro (AM). Depois disso, Renato Prieto nunca mais deixou os trabalhos do Centro pelo menos, até o dia desta entrevista – identificando-se muito com a lógica kardecista ao longo de muitos anos, ao lado de outros companheiros.

Renato Prieto não precisou ser arrastado para a espiritualidade, pois a espiritualidade já estava nele. Embora tivesse passado por experiências singulares, há homens que vivenciaram contatos sobrenaturais muito mais espetaculares e, no entanto, não acreditaram na existência dos espíritos. Há outros que acreditaram somente após muito sofrimento e, com meneios de cabeça, acabaram afirmando: “Se tivesse acreditado antes!” Porém, não se trata de crer ou não nos espíritos. 0 homem deve ser livre para ter suas próprias convicções, sejam elas quais forem, contanto que não negue a si mesmo o aprofundamento de novos conhecimentos por estar limitado por idéias preconcebidas, conhecimentos esses que bem podem ajudá-lo a viver uma existência melhor. E Renato Prieto, ao sentir que a espiritualidade acenava para ele, não opôs resistência ao sutil chamamento. De exclusiva vontade, quis se aprofundar na Doutrina. De forma simples, espontânea, tranqüila, nela se encontrou. Verdadeiramente.

De repente, Renato retornou de suas memórias e se lembrou, até com certo susto, que estava em meio à apresentação da peça Além da vida, ou melhor, no final, pois já era chegado o fim do último ato. Depois de breve silêncio, as luzes dos holofotes se enfeixaram em direção ao palco, quando os atores entraram todos e se postaram à frente do público entusiasmado.

Renato Prieto também se adiantou. Seus olhos umedecidos caíram na platéia, toda ela de pé, vibrante. E o ator recebeu de toda a multidão os aplausos. Palmas para Renato.

Fonte: http://renatoprieto.wordpress.com/depoimento-de-renato-prieto-o-porque-me-tornei-espirita/

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A Janela dos Outros (Martha Medeiros)




Gosto dos livros de ficção do psiquiatra Irvin Yalom (Quando Nietzsche Chorou, A Cura de Schopenhauer) e por isso acabei comprando também seu Os Desafios da Terapia, em que ele discute alguns relacionamentos padrões entre terapeuta e paciente, dando exemplos reais. Eu devo ter sido psicanalista em outra encarnação, tanto o assunto me fascina.

Ainda no início do livro, ele conta a história de uma paciente que tinha um relacionamento difícil com o pai. Quase nunca conversavam, mas surgiu a oportunidade de viajarem juntos de carro e ela imaginou que seria um bom momento para se aproximarem. Durante o trajeto, o pai, que estava na direção, comentou sobre a sujeira e degradação de um córrego que acompanhava a estrada. A garota olhou para o córrego a seu lado e viu águas límpidas, um cenário de Walt Disney. E teve a certeza de que ela e o pai realmente não tinham a mesma visão da vida. Seguiram a viagem sem trocar mais palavra.

Muitos anos depois, esta mulher fez a mesma viagem, pela mesma estrada, desta vez com uma amiga. Estando agora ao volante, ela surpreendeu-se: do lado esquerdo, o córrego era realmente feio e poluído, como seu pai havia descrito, ao contrário do belo córrego que ficava do lado direito da pista. E uma tristeza profunda se abateu sobre ela por não ter levado em consideração o então comentário de seu pai, que a esta altura já havia falecido.

Parece uma parábola, mas acontece todo dia: a gente só tem olhos para o que mostra a nossa janela, nunca a janela do outro. O que a gente vê é o que vale, não importa que alguém bem perto esteja vendo algo diferente.

A mesma estrada, para uns, é infinita, e para outros, curta. Para uns, o pedágio sai caro; para outros, não pesa no bolso. Boa parte dos brasileiros acredita que o país está melhorando, enquanto que a outra perdeu totalmente a esperança. Alguns celebram a tecnologia como um fator evolutivo da sociedade, outros lamentam que as relações humanas estejam tão frias. Uns enxergam nossa cultura estagnada, outros aplaudem a crescente diversidade. Cada um gruda o nariz na sua janela, na sua própria paisagem.

Eu costumo dar uma espiada no ângulo de visão do vizinho. Me deixa menos enclausurada nos meus próprios pontos de vista, mas, em contrapartida, me tira a certeza de tudo. Dependendo de onde se esteja posicionado, a razão pode estar do nosso lado, mas a perderemos assim que trocarmos de lugar. Só possuindo uma visão de 360 graus para nos declararmos sábios. E a sabedoria recomenda que falemos menos, que batamos menos o martelo e que sejamos menos enfáticos, pois todos estão certos e todos estão errados em algum aspecto da análise. É o triunfo da dúvida.

Martha Medeiros

Além da Morte (Divaldo Pereira Franco / Espírito Otília Gonçalves)




Cumprida mais uma jornada na Terra, seguem os espíritos para a pátria espiritual, conduzindo a bagagem dos feitos acumulados em suas existências físicas.

Aportam no plano espiritual, nem anjos, nem demônios.

São homens, almas em aprendizagem despojadas da carne.

São os mesmos homens que eram antes da morte.

A desencarnação não lhes modifica hábitos, nem costumes.

Não lhes outorga títulos, nem conquistas.

Não lhes retira méritos, nem realizações.

Cada um se apresenta após a morte como sempre viveu.

Não ocorre nenhum milagre de transformação para aqueles que atingem o grande porto.

Raros são aqueles que despertam com a consciência livre, após a inevitável travessia.

A grande maioria, vinculada de forma intensa às sensações da matéria, demora-se, infeliz, ignorando a nova realidade.

Muitos agem como turistas confusos em visita à grande cidade, buscando incessantemente endereços que não conseguem localizar.

Sentem a alma visitada por aflições e remorsos, receios e ansiedades.

Se refletissem um pouco perceberiam que a vida prossegue sem grandes modificações.

Os escravos do prazer prosseguem inquietos.

Os servos do ódio demoram-se em aflição.

Os companheiros da ilusão permanecem enganados.

Os aficionados da mentira dementam-se sob imagens desordenadas.

Os amigos da ignorância continuam perturbados.

Além disso, a maior parte dos seres não é capaz de perceber o apoio dispensado pelos espíritos superiores.

Sim, porque mesmo os seres, mais infelizes e voltados ao mal, não são esquecidos ou abandonados, pelo auxílio divino.

Em toda parte e sem cessar, amigos espirituais amparam todos os seus irmãos, refletindo a paternal providência divina.

Morrer, longe de ser o descansar nas mansões celestes ou o expurgar sem remissão nas zonas infelizes, é, pura e simplesmente, recomeçar a viver.

A morte a todos aguarda.

Preparar-se para tal acontecimento é tarefa inadiável.

Apenas as almas esclarecidas e experimentadas na batalha redentora serão capazes de transpor a barreira do túmulo e caminhar em liberdade.

A reencarnação é uma bendita oportunidade de evolução.

A matéria em que nos encontramos imersos, por ora, é abençoado campo de luta e de aprimoramento pessoal.

Cada dia de que dispomos na carne é nova chance de recomeço.

Tal benefício deve ser aproveitado para aquisição dos verdadeiros valores que resistem à própria morte.

Na contabilidade divina a soma de ações nobres anula a coletânea equivalente de atos indígnos.

Todo amor dedicado ao próximo, em serviço educativo à humanidade, é degrau de ascensão.

Do livro "Além da Morte", de Divaldo Pereira Franco, ditado pelo Espírito Otília Gonçalves

domingo, 5 de setembro de 2010

Talvez (Aristóteles Onassis)




"Talvez eu venha a envelhecer rápido demais.Mas lutarei para que cada dia tenha valido a pena.

Talvez eu sofra inúmeras desilusões no decorrer de minha vida.Mas farei que elas percam a importância diante dos gestos de amor que encontrei.

Talvez eu não tenha forças para realizar todos os meus ideais.Mas jamais irei me considerar um derrotado.

Talvez em algum instante eu sofra uma terrível queda.Mas não ficarei por muito tempo olhando para o chão.

Talvez um dia o sol deixe de brilhar.Mas então irei me banhar na chuva.

Talvez um dia eu sofra alguma injustiça.Mas jamais irei assumir o papel de vítima.

Talvez eu tenha que enfrentar alguns inimigos.Mas terei humildade para aceitar as mãos que se estenderão em minha direção.

Talvez numa dessas noites frias, eu derrame muitas lágrimas.Mas não terei vergonha por esse gesto.

Talvez eu seja enganado inúmeras vezes.Mas não deixarei de acreditar que em algum lugar alguém merece a minha confiança.

Talvez com o tempo eu perceba que cometi grandes erros.Mas não desistirei de continuar trilhando meu caminho.

Talvez com o decorrer dos anos eu perca grandes amizades.Mas irei aprender que aqueles que realmente são meus verdadeiros amigos nunca estarão perdidos.

Talvez algumas pessoas queiram o meu mal.Mas irei continuar plantando a semente da fraternidade por onde passar.

Talvez eu fique triste ao concluir que não consigo seguir o ritmo da música.Mas então, farei que a música siga o compasso dos meus passos.

Talvez eu nunca consiga enxergar um arco-íris.Mas aprenderei a desenhar um, nem que seja dentro do meu coração.

Talvez hoje eu me sinta fraco.Mas amanhã irei recomeçar, nem que seja de uma maneira diferente.

Talvez eu não aprenda todas as lições necessárias.Mas terei a consciência que os verdadeiros ensinamentos já estão gravados em minha alma.

Talvez eu me deprima por não ser capaz de saber a letra daquela música.Mas ficarei feliz com as outras capacidades que possuo.

Talvez eu não tenha motivos para grandes comemorações.Mas não deixarei de me alegrar com as pequenas conquistas.

Talvez a vontade de abandonar tudo torne-se a minha companheira.Mas ao invés de fugir, irei correr atrás do que almejo.

Talvez eu não seja exatamente quem gostaria de ser.Mas passarei a admirar quem sou.Porque no final saberei que, mesmo com incontáveis dúvidas, eu sou capaz de construir uma vida melhor.

E se ainda não me convenci disso, é porque como diz aquele ditado: “ainda não chegou o fim”Porque no final não haverá nenhum “talvez” e sim a certeza de que a minha vida valeu a pena e eu fiz o melhor que podia."

Aristóteles Onassis

150 years of Spiritism

Spiritism (In English) - 10 Videos



Spiritism - What is Spiritism? (Question 1/10)



Spiritism - Is Spiritism a Religion? (Question 2/10)



Spiritism - Are there any Postulates in Spiritism? (Question 3/10)



Spiritism - What is Reincarnation? (Question 4/10)



Spiritism - Who is Jesus for Spiritism? (Question 5/10)



Spiritism - What is a medium? (Question 6/10)



Spiritism - What is a Spiritual Obssession? (Question 7/10)



Spiritism - Are there any books in Spiritism? (Question 8/10)



Spiritism - What is a Spiritist Center? (Question 9/10)



Spiritism - Who was Allan Kardec? (Question 10/10)

Pai Nosso (Emmanuel / Francisco Cândido Xavier)


Nosso Pai, que estás em toda parte;
Santificado seja o teu nome, no louvor de todas as criaturas;
Venha a nós o teu reino de amor e sabedoria;
Seja feita a tua vontade, acima dos nossos desejos;
Tanto na terra, quanto nos círculos espirituais;
O pão nosso do corpo da mente dá-nos hoje;
Perdoa as nossas dívidas, ensinando-nos a perdoar nossos devedores com esquecimento de todo mal;
Não permitas que venhamos a cair sob os golpes da tentação de nossa própria inferioridade;
Livrai-nos do mal que ainda reside em nós mesmos;
Porque só em ti brilha a luz eterna do reino e do poder, da glória e da paz, da justiça e do amor para sempre!
Assim seja!

Emmanuel / Francisco Cândido Xavier