Descobrimos em nós (Alexandre Guimarães Reis)
Descobrimos em nós atitudes que não sabemos objetivamente como se originaram, mas que fazem parte de nossa bagagem intelectual desde muito cedo. São referências distorcidas da realidade que foram se formando ao longo de nossa história, agravando a obscuridade por cegueira, e molestando nosso sentido de amor.. por referência automática que se tornaram em nós, em comando central em nossas vidas.
São tendências pouco edificantes do pertencer em grupo que vão sendo incorporadas ao nosso arsenal pessoal e replicadas por nossas fraquezas. Foram produzidas ao longo do tempo pela idiotia social e são efeitos colaterais das mídias, mecanismos fundamentados nos preceitos materialistas. Ainda pior, se tornam mecanismos automáticos de avaliação, que passaram a reger a nossa realidade, nos alienando cada vez mais.
Para exemplificar, tomemos o caso de um varredor de rua, e vamos com ele fazer um pequeno exercício de empatia. Imagine-se, por um instante, na pele de um indivíduo que não ganha muito, e que adquire seu sustento (e de seus filhos) recolhendo da cidade o lixo fedorento que produzimos; os despojos da inutilidade humana. Lidar com os excessos dos outros, e encontrar diariamente aquilo que não se tem na própria casa, sob a forma de resíduo. Ou ainda, machucar-se com o descuido dos que não envolvem o vidro quebrado em papel jornal, e voltar para casa com a mão machucada. Além disso, ser visto e tratado como escória da sociedade...
Você conseguiria desempenhar este papel se um dia fosse necessário? Se eventualmente ocorresse de precisar contar com a compreensão da inteligência e da compaixão dos outros, você viveria bem? Alguns certamente estão dizendo que sim, e outros entendem que para si isto seria insuportável, e que só Deus sabe a que ponto... Devemos nos lembrar que há pessoas que exercem esta atividade cantarolando, apesar de todas as dificuldades que se apresentam.
No que a vida possa nos possa ensinar, o discernimento infelizmente ocorre somente quando as dificuldades batem à nossa porta, forçosamente. É muito válido tentar se antecipar, desenvolvendo a humildade e a compaixão, pois assim como a surpresa se pode nos fazer terrível em alguns momentos, preparar-se pela própria evolução pessoal pode favorecer uma melhor situação interior, e em sociedade. Isto é paz e tranqüilidade de espirito. Lembrem-se sempre do exercício da empatia. Um abraço caloroso do amigo de BH.
(Autor: Alexandre Guimarães Reis)
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