terça-feira, 23 de outubro de 2012

Amigos Espirituais (Revista O Reformador – Edição Junho/2009 - Christiano Torchi)




Amigos Espirituais
(Revista O Reformador – edição Junho/2009 - Christiano Torchi)



A Providência Divina manifesta-se, incessantemente, em todas as situações e lugares, proporcionando vasta gama de recursos, com vistas à proteção, ao futuro e ao progresso das criaturas.
Esse amparo acontece de infinitos modos...

Um deles dá-se por intermédio de tutores espirituais, conhecidos no meio espírita, pelo nome de guias ou amigos espirituais.
É grandiosa e sublime a doutrina dos guias espirituais, pois revela a providência, a bondade e a justiça do criador para com seus filhos, provendo-os de meios para o aperfeiçoamento.

Para efeitos didáticos, Kardec classificou os guias espirituais em três categorias:

  • Espíritos protetores
  • Espíritos familiares
  • Espíritos simpáticos

Espíritos protetores

O Espírito protetor, ou anjo guardião, é sempre um bom espírito, mais evoluído...
... Trata-se de um orientador principal e superior. Sua missão assemelha-se à de um pai com relação aos filhos: a de orientar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo em suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida.
... A missão dos Espíritos protetores tem duração mais prolongada, pois estes acompanham o protegido desde o renascimento até a desencarnação, e muitas vezes durante várias existências corpóreas.
... Os Espíritos protetores não constituem seres privilegiados, criados puros e perfeitos, mas sim Espíritos que chegaram à meta, depois de terem percorrido a estrada do progresso.

... São almas que já trilharam as experiências de diferentes reencarnações - as mesmas pelas quais estamos passando -, e conquistaram, pelo próprio esforço, uma ordem elevada.

A atuação do protetor espiritual não é de intervenção absoluta, pois apesar de influir em nossa vontade, evita tomar decisões por nós e contra nosso livre-arbítrio...
... Sofre quando erramos, embora esse sofrimento não seja revestido das mesmas paixões humanas, porque ele sabe que, mais cedo ou mais tarde, o seu tutelado voltará ao bom caminho.
Espíritos protetores dedicam-se mais à orientação de uma pessoa, em particular, não deixando, entretanto, de velar por outros indivíduos, embora o façam com menos exclusividade. 
xercem supervisão geral sobre nossas existências, tanto no aspecto intelectual, incluindo as questões de ordem material, quanto, moral, emprestando ênfase a esta última, por ser a que tem preponderância em nosso futuro de seres imortais.
Os Espíritos protetores, em realidade, jamais abandonam os seus protegidos, apenas se afastam ou “dão um tempo”, quando estes não ouvem seus conselhos. 

Desde, porém, que chamados, voltam para os seus pupilos, a fim de auxiliá-los no recomeço... 
Por isso, atentemos aos conselhos de Joanna de Angelis:

Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.

Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.
Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante.

Momento chega, porém, em que o aprendiz deixa de ser tutelado. Isso acontece quando o Espírito atinge o ponto de guiar-se a si mesmo, estágio que, por enquanto, não se dá na Terra, planeta de expiações e provas...


Espíritos familiares

Os Espíritos familiares são orientadores secundários... Embora menos evoluídos, igualmente querem o nosso bem.

Podem ser os Espíritos de nossos parentes, familiares ou amigos. Seu poder é limitado e sua missão é mais ou menos temporária junto ao protegido.

Ocupam-se com particularidades da vida íntima do protegido e só atuam por ordem ou permissão dos Espíritos protetores, como, por exemplo, quando o socorrido está recalcitrante e não ouve os conselhos superiores, ou apresentam comportamento enigmático.
Nessas hipóteses, o Espírito familiar, por ter mais intimidade e vínculos sentimentais com o protegido, é aceito como colaborador, de modo a auxiliar na solução de problemas específicos.

Podem, por exemplo, influenciar na decisão de um casamento, nas atividades profissionais, ou mesmo na tomada de decisões importantes que envolvam o cumprimento da Lei de Causa e Efeito, conforme a necessidade do atendido....


Espíritos simpáticos

Podem ser bons ou maus, conforme a natureza das nossas disposições íntimas.

Ligam-se a nós por uma certa semelhança de gostos, de acordo com nossas inclinações pessoais.
A duração de suas relações, que também são temporárias, se acha subordinada a determinadas circunstâncias, vinculadas à persistência dos desejos e do comportamento de cada um.

Se simpatizam com nossos ideais, com nossos projetos, procuram nos ajudar e, muitas vezes, tomam nossas dores contra nossos adversários, situação em que não contam com o beneplácito dos Espíritos protetores.

Em síntese...
Deus não nos atende pessoalmente, conforme nossos caprichos, mas por intermédio das suas leis imutáveis, e de seus mensageiros, isto é, Deus auxilia as criaturas, por intermédio das criaturas.
O amigo espiritual comparece quando é invocado, por meio de uma simples prece.
Ninguém está desamparado!
Não existe parcialidade nem privilégio nas leis divinas, ou seja, cada um recebe de acordo com o seu merecimento, de conformidade com seus esforços...

A mensagem de Joanna de Angelis resume bem... “resolve-te por avançar...”

"O processo, no qual te encontras engajado, é de evolução; resolve-te por avançar, sem as contramarchas tormentosas.

Ascendendo psiquicamente e harmonizando-te emocionalmente, far-te-ás respeitado pelos Espíritos perturbadores que, mesmo intentando molestar-te, não encontrarão receptividade da tua parte.

Recorda-te, por fim, de Jesus.

Quem O encontrou, descobriu um tesouro luminoso, e, enriquecendo-se com Ele, jamais tropeçará em sombra e aflição. 

Impregna-te dEle, e sê feliz, sem mais controvérsia."

Divaldo Pereira Fraco. Da obra: Vigilância.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

Fonte: Revista O Reformador – edição JUNHO / 2009 - CHRISTIANO TORCHI

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Quantas vezes (Autoria Desconhecida)




Quantas vezes (Autoria Desconhecida)


Quantas vezes nós pensamos em desistir,
deixar de lado o ideal e os sonhos;

Quantas vezes batemos em retirada,
com o coração amargurado pela injustiça;

Quantas vezes sentimos o peso da responsabilidade,
sem ter com quem dividir;

Quantas vezes sentimos solidão,
mesmo cercado de pessoas;

Quantas vezes falamos, sem sermos notados;

Quantas vezes lutamos por uma causa perdida;

Quantas vezes voltamos para casa
com sensação de derrota;

Quantas vezes aquela lágrima, teima em cair
justamente na hora que precisamos
parecer fortes;

Quantas vezes pedimos a Deus
um pouco de força,
um pouco de luz,
e a resposta vem, seja como for,
um sorriso, um olhar cúmplice,
um cartãozinho, um bilhete, um gesto de amor.

E a gente insiste,
insiste em prosseguir, em acreditar,
em transformar, em dividir,
em estar, em ser.

E Deus insiste em abençoar,
em nos mostrar o caminho,
aquele mais difícil,
mais complicado, mais bonito.
E a gente insiste em seguir,
Por que tem uma missão...
SER FELIZ!!


(Autoria Desconhecida)

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Homossexualidade na Visão Espírita (Fórum Espírita)




Homossexualidade na visão espírita (Fórum Espírita)




Em declaração ao Jornal Folha Espírita de 1984, Chico disse:

“Não vejo pessoalmente qualquer motivo para criticas destrutivas e sarcasmos incompreensíveis para com nossos irmãos e irmãs portadores de tendências homossexuais, a nosso ver, claramente iguais às tendências heterossexuais que assinalam a maioria das criaturas humanas. Em minhas noções de dignidade do espírito, não consigo entender porque razão esse ou aquele preconceito social impediria certo numero de pessoas de trabalhar e de serem úteis à vida comunitária, unicamente pelo fato de haverem trazido do berço características psicológicas e fisiológicas diferentes da maioria. (…)

No site do Instituto André Luiz encontramos opiniões de Emmanuel e de André Luiz sobre o homossexualismo.

A homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência, definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação (...) e o mundo vê, na atualidade, em todos os países, extensas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie, somando milhões de homens e mulheres, solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade ao respeito e à atenção devidos às criaturas heterossexuais. (Emmanuel)

Já o espírito Ramatis, no livro "Sobre a Luz do Espiritismo", ditado através da mediunidade de Hercílio Maes, declara:

PERGUNTA: — A tendência de buscar uma comunhão afetiva com outra criatura do mesmo sexo, conhecida por homossexualidade, implica em conduta culposa perante as leis Espirituais?

RAMATÍS: — Considerando-se que o "reino de Deus" está também no homem, e que ele foi feito à imagem de Deus, evidentemente, o pecado, o mal, o crime e o vício são censuráveis, quando praticados após o espírito humano alcançar frequências muito superiores ao estágio de infantilidade. Os aprendizados vividos que promovem o animal a homem e o homem a anjo, são ensinamentos aplicáveis a todos os seres. A virtude, portanto, é a prática daquilo que beneficia o ser; nos degraus da imensa escala evolutiva. O pecado, a culpa, são justamente, o ônus proveniente de a criatura ainda praticar ou cultuar o que já lhe foi lícito usar e serviu para um determinado momento de sua evolução. A homossexualidade, portanto, de modo algum pode ofender as leis espirituais, porquanto, em nada, a atividade humana fere os mestres espirituais, assim como a estultícia do aluno primário não pode causar ressentimentos no professor ciente das atitudes próprias dos alunos imaturos. Pecados e virtudes em nada ofendem ou louvam o Senhor, porém, definem o que é "melhor" ou pior para o próprio ser, buscando a sua felicidade, ainda que por caminhos intrincados dos mundos materiais, sem estabilidade angélica. A homossexualidade não é uma conduta dolosa perante a moral maior, mas diante da falsa moral humana, porque, os legisladores, psicólogos, e mesmo cientistas do mundo, ainda não puderam definir o problema complexo dos motivos da homossexualidade, entretanto, muitos o consideram mais de ordem moral do que técnica, científica, genética ou endócrina. Fonte: Grupo Universalista Jesus em seu lar

Em outra pergunta, Ramatis confirma a declaração de  Emmanuel:

PERGUNTA: — Mas o que realmente explica o fenômeno da homossexualidade?

RAMATÍS: — É assunto que não se soluciona sobre as bases científicas materialistas, porque, só podereis entendê-lo e explicá-lo, dentro dos princípios da reencarnação.

Como podemos notar, irmãos, para a Doutrina Espírita o homossexualismo é apenas uma estágio evolutivo que não fere as Leis Divinas e muito menos se trata de um equívoco do Criador.  O que vale é a reforma íntima, independente da orientação sexual.

PERGUNTA: — Que dizeis desse estigma de homossexualidade, quando as opiniões se dividem, taxando tal fenômeno de imoral, e outros de enfermidade?

RAMATÍS: — Sob a égide da severa advertência do Cristo, em que "não julgueis para não serdes julgados", quem julgar a situação da criatura homossexual de modo antifratemo e mesmo insultuoso, não há dúvida de que a Lei, em breve, há de situá-lo na mesma condição desairosa, na próxima encarnação, pois, também é de Lei "ser dado a cada um segundo a sua obra". Considerando-se nada existir com propósito nocivo, fescenino, imoral ou anormal, as tendências homossexuais são resultantes da técnica da própria atividade do espírito imortal, através da matéria educativa. Elas situam o ser numa faixa de prova ou de novas experiências, para despertar-lhe e desenvolver-lhe novos ensinamentos sobre a finalidade gloriosa e a felicidade da individualidade eterna. Não se trata de um equívoco da criação, porquanto, não há erro nela, apenas experimento, obrigando a novas aquisições, melhores para as manifestações da vida.

O Dr. Andrei Moreira, presidente da Associação Médico-Espírita de Minas Gerais, em entrevista concedida para o médium e terapeuta Wanderley Oliveira, diz:

O Espiritismo recomenda a todas as criaturas a conscientização a respeito da sacralidade do corpo físico e da sexualidade, como fonte criativa e criadora, destinada a ser fonte de prazer físico e espiritual, sobretudo de realização íntima para o ser humano, em todas as suas formas de expressão.

Para o Dr Inácio Ferreira, médico psiquiatra desencarnado em 1988 e que escreve a partir da mediunidade de Carlos Baccelli:

"O homossexualismo deve ser compreendido por nós outros como uma das muitas experiências que o espírito vivencia em sua trajetória, para que, finalmente, aprenda a verdadeiramente amar para além dos implementos genésicos que o caracterizam como homem ou mulher! Com o meu carinho, o irmão sempre agradecido, INÁCIO FERREIRA." Uberaba - MG, 8 de setembro de 2009

Na Wikipedia encontramos um parágrafo que reforça tudo que foi citado até aqui:

O Espiritismo crê que o espírito humano não tem sexo e que um mesmo espírito pode em diferentes encarnações habitar igualmente o corpo de um homem ou de uma mulher, sendo capaz de amar homens e mulheres. Não existe uma posição oficial sobre a homossexualidade. Alguns doutrinadores, como José B. de Campos, pregam que a questão mais importante no tocante à homossexualidade é a promiscuidade, aconselhando o homossexual a tomar um parceiro e constituir um lar [13]. O doutrinador e médium Divaldo Franco posiciona-se de forma semelhante, frisando que o homossexual, como o heterossexual, será julgado conforme sua conduta moral, independente da sexualidade[14]. (Homossexualidade e religião)





sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Cães, anjos...


Cães, anjos...







 



Fé e Conduta (Divaldo Franco | Joanna de Ângelis)





Fé e Conduta (Divaldo Franco | Joanna de Ângelis)

"Pelo Espiritismo, o homem sabe donde vem, para onde vai, porque está na Terra, porque sofre temporariamente e vê por toda parte a justiça de Deus." A GÊNESE - Capítulo 1º - Item 30.

Vive o cristão moderno na catedral forense da Fé à semelhança de nobres expositores em inoperância, discursando para ouvintes impassíveis.

Apontam deficiências, apresentam sugestões, impõem diretrizes, sem resolverem o problema da multidão que os contempla em modorra silenciosa.

Não ajudam positivamente. Não se melhoram, embora as respeitáveis afirmações da referência pessoal.

Quando silenciam e demandam a via pública conduzem valiosos conceitos de bolso e alma vazia.

Alguns, ligados às diretrizes de Rosa, procuram apenas observar fórmulas exteriores, complicando a Promessa Divina em liturgias aparatosas que imprimem respeito às aparências desvaliosas.

Outros, comprometidos com as igrejas nascidas na Reforma, expõem a letra morta da Lei, transformando-se em juízes severos, contando consciências salvas, dividindo as criaturas e organizando estatutos de conduta para o próximo em expressivos discursos teológicos, dominados, muitas vezes, por ódios de grupos que se digladiam.

E outros mais, irmanam-se aos compromissos espiritistas, experimentando a mensagem da Lei infatigável, no corpo da existência física. Mesmo assim, repetem os equívocos dos aparatosos irmãos romanos e apresentam verbetes onde fulguram luminosos conceitos de fé.

Quando, porém, todos despirem a túnica da carne e demandarem o Supremo Tribunal, o Grande Juiz os fitará com a decepção estampada na face, e, precípites, os desconcertados crentes passarão às justificativas a que se habituaram enquanto no caminho.

O filho de Roma dir-se-á ludibriado pela tradição religiosa, transferindo a responsabilidade dos seus insucessos espirituais aos mentores que o norteavam.

O discípulo da Reforma fará citações oportunas recordando que a fé salva mas sem justificação para a ausência de anotações de trabalho na ficha de serviço fraterno.

Mais lamentável deverá ser a situação do discípulo de Allan Kardec, que conheceu por experiência pessoal a expressão nobre da fé que descortinou.

Não terá justificativa porque sabe que fé é norma de conduta.

Fé é enflorescimento - conduta é fruto.

De mãos vazias, todos estarão aguardando a resposta no Grande Tribunal.

Aos primeiros, o Grande Magistrado concederá o ensejo de reaprender, retornando à escola da carne pelo caminho do sofrimento...

Aos segundos, o Chefe Supremo oferecerá a oportunidade nova de serviço na gleba feliz do mundo, tendo a mente tarda e ágeis as mãos.

Mas aos servidores negligentes, conhecedores da sabedoria da Lei divina, o Patriarca Celeste sentenciará:

"Tenho piedade de vós! Retornareis ao ilhéu da matéria no oceano da dor... Não somente para servir mas também para meditar e aprender. Ali o tempo caminhará convosco trabalhando, em vosso coração a mensagem viva do dever".

Tal será o resultado do julgamento quando os pregoeiros da palavra e da crença, na grande catedral forense da fé, retornarem à ribalta do mundo para a sublimação dos ideais, no carreiro da Caridade.

Mergulha, desse modo, o pensamento no estudo e na prática do Espiritismo, assenhoreando-te do conhecimento para identificares os móveis dos sofrimentos atuais, corrigindo arestas morais e construindo em volta dos próprios passos uma senda de luz, por onde possam avançar outros pés, no rumo da libertação plena.


FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 49. 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Carta de um Cão (Autoria Desconhecida)





Carta de um cão


Olá,

Eu sou aquele que sempre lhe espera. O seu carro tem um som especial, e eu posso reconhecê-lo entre mil. Os seus passos têm um timbre de magia, eles são música pra mim. A sua voz é o sinal maior do meu momento feliz e às vezes você nem precisa falar nada.

Quando sinto sua tristeza, eu tento te fazer sorrir. Se vejo que está alegre, como isso me faz feliz! Eu não sei qual é o melhor aroma no ar. Só sei que o seu perfume é o melhor. De algumas presenças eu gosto, de outras não. Mas a sua presença é a que movimenta os meus sentidos.

O seu olhar é um raio de luz quando percebo o seu despertar. As suas mãos sobre mim têm a leveza da paz. E quando você sai, tudo é vazio outra vez. E eu volto a te esperar sempre e sempre. Até você chegar novamente.

Esperar pelo som do seu carro… Pelos seus passos… Pela sua voz… Pelo seu cheiro… Pelo seu repouso sob minha vigília à noite… Pelo seu olhar… Pelas suas mãos fazendo carinho em mim. Eu sou aquele que te espera. Eu sou seu cão! E sou feliz por ser assim!

Nunca lhe pedi para me deixar bonito, nem para me adestrar. Também não lhe peço bons alimentos ou me levar no veterinário, nem isso nem coisa alguma. Se não tiver uma correia bonita, pode me colocar num laço ou deixa-me solto. Prometo que não vou embora. Se não puderes me comprar uma casinha, me conformo com um trapinho no chão. Aonde quer que você me colocar, eu sempre vou te proteger.

Não me corte o rabinho, nem me afine as orelhas. Prometo que serei fiel quando tiver que te defender. Se eu destruir algo, desculpa-me, é que não sei o que faço quando estou brincando com as suas coisas, não conheço o valor dos seus objetos e não estrago por má intenção. O que lhe peço é um carinho de vez em quando em mim, e um pedacinho de pão, o demais, me dê apenas se for de sua vontade.

Se eu soubesse falar, quantas palavras bonitas eu diria a você. Se você soubesse como fico feliz quando passeio contigo, mesmo que você não perceba, eu fico muito feliz!

E se já estou velho, e lhe dei meus melhores anos, não me deixe na rua. E, se lhe causei algum dano, com esta lágrima que vê brotar de meus olhos, peço-lhe perdão.

Sim, eu sou um animal, sou um cachorro criado por Deus, porém também os cachorros sentimos e temos coração.

Chegará o dia em que partirei dessa vida, e quero que saiba que lá no céu dos cães, eu sempre serei grato por tudo o que você fez por mim, e principalmente pelos anos que passamos juntos.

Com carinho,

Cãozinho.


Fonte: http://www.canilvirtual.com.br/index.php/2009/12/carta-de-um-cao-ao-seu-dono/